Luísa Rosa alega humilhações durante sua gestão e protocola denúncia na Comissão de Ética da confederação. (Foto reprodução)

Porto Velho, RO - A primeira diretora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Luísa Rosa, apresentou uma notícia de infração à Comissão de Ética da entidade na última sexta-feira (5), solicitando o afastamento do presidente Ednaldo Rodrigues. Luísa, que trabalhou na CBF entre 2020 e 2023, alegou ter sido vítima de assédio moral e também abriu uma ação na Justiça pedindo uma indenização de R$ 1,8 milhão.

A denúncia inclui não apenas assédio moral, onde Luísa cita diretamente o presidente Ednaldo Rodrigues, mas também assédio sexual, mencionando convites para "encontros não profissionais em bares" feitos por outros funcionários e diretores da CBF.

A Comissão de Ética da CBF, presidida pelo advogado Carlos Renato Azevedo, tem a responsabilidade de investigar internamente as denúncias. O grupo pode afastar qualquer membro da confederação por 90 dias para conduzir uma investigação. Se a conduta for considerada inapropriada ou lesiva à entidade, a comissão tem o poder de banir o funcionário, incluindo o presidente.

Ednaldo Rodrigues, que retornou à presidência da CBF após decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, não se pronunciou sobre as acusações de Luísa Rosa até o momento. Vale destacar que Rodrigues ficou afastado quase um mês da presidência da CBF, entre 7 de dezembro de 2023 e 4 de janeiro, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio.

A denúncia de Luísa Rosa abrange diversas questões, incluindo alegações de cooperação para não aceitar uma proposta da Fifa enquanto era gerente, redução de equipe e esvaziamento de atribuições após ser promovida a diretora, além de relatos de um ambiente de trabalho permeado por comentários misóginos e inconvenientes.

Luísa também alegou que sua nomeação como diretora foi uma estratégia de marketing da CBF para construir uma imagem de preocupação com a igualdade de gênero, sem proporcionar autonomia real em suas funções. A ex-função já citada havia procurado a Comissão de Ética em maio de 2023, e em julho foi demitida sob a justificativa de vazamento de informações para a imprensa. No pedido recente, Luísa solicita o afastamento de Ednaldo e de Hélio Menezes para evitar interferências em uma possível investigação pela comissão.