Moeda americana volta a ser negociada na casa dos R$ 5,20. Mercados na Ásia e Europa apresentam fortes baixas com possiblidade de conflito

Porto Velho, RO - O dólar opera em queda ante o real enquanto a Bolsa tem tem volatilidade nesta segunda-feira. Assim como nas últimas semanas, os ativos domésticos tentam se descolar do ambiente negativo no exterior. As preocupações com a possibilidade de uma invasão da Ucrânia por tropas russas elevam a aversão ao risco, derrubando bolsas na Ásia e na Europa.

O conflito iminente também influencia o preço de commodities importantes como o petróleo, que ultrapassou a barreira dos US$ 96 pela manhã, e o gás natural. O movimento, no entanto, perdeu força, com sinalizações de recuo da parte dos russos.

Por volta de 12h15, a moeda americana tinha baixa de 0,76%, negociada a R$ 5,2018, após abrir em alta.

No mesmo horário, o Ibovespa cedia 0,11%, aos 113.452 pontos. O principal índice da B3 é pressionado pela queda de papéis da Petrobras e dos bancos, que devolvem parte dos ganhos vistos na sexta-feira.

Desde o início do ano, o mercado doméstico vem se beneficiando de uma rotação na carteira dos investidores globais, que têm procurado ações de “valor”, como são chamadas as empresas de histórico mais consolidado, e abandonado companhias que apostam em teses de “crescimento”, como aquelas do setor de tecnologia.

A rotação estimula a entrada de fluxo estrangeiro no país, ajudando os ativos locais a apresentarem um desempenho melhor que seus pares.

No cenário geopolítico, o fim de semana não resultou em avanços na tentativa de resolver o impasse entre russos e ucranianos pelas vias diplomáticas, com trocas de acusações entre Moscou e Washington.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, pretende usar a sua viagem a Moscou, nesta terça-feira, para pressionar Vladimir Putin a não atacar o país vizinho.

As bolsas americanas operavam com direções contrárias. O índice Dow Jones cedia 0,98% e o S&P, 0,43%. A Bolsa Nasdaq subia 0,04%.

Na Europa, as bolsas tinham fortes quedas. A Bolsa de Londres cedia 1,88% e a de Frankfurt, 2,45%. Em Paris, ocorria baixa de 2,86%.

As bolsas asiáticas fecharam com baixas. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, cedeu 2,23%. Em Hong Kong, ocorreu queda de 1,41% e, na China, de 0,98%.
Ações

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) cediam 1,94% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 1,81%.

As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 0,59% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 0,68%.

No setor financeiro, as preferenciais da Usiminas (USIM5) subiam 0,97%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham quedas de 0,41% e 0,90%, respectivamente.

Semana tem ata do Fed

Além de acompanhar o noticiário geopolítico, a semana do mercado conta com a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central americano.

A velocidade do aperto monetário nos EUA é outro assunto que tem preocupado os investidores, principalmente, após a divulgação de números de inflação acima do esperado na semana passada.

A divulgação do documento pode dar pistas sobre o que os dirigentes do banco pensam sobre o ritmo de elevação das taxas básicas.

Na cena interna, os investidores seguem avaliando a divulgação de balanços do quarto trimestre de 2021. Após o fechamento desta segunda-feira, o destaque vai para os números do Banco do Brasil.

Além do noticiário corporativo, eles monitoram o andamento das negociações sobre a desoneração dos combustíveis no Congresso.

Boletim Focus: mais inflação e juros

O mercado elevou as estimativas de inflação e juros ao final do ano. É o que mostra o Boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo Banco Central (BC).

A projeção de inflação para o fim de 2022 subiu de 5,44% para 5,50%, a quinta semana consecutiva de alta. O número está acima do teto da meta do BC, que é de 5%.

A expectativa para o término de 2023 manteve-se inalterada em 3,50%.

No caso da Selic, houve aumento da projeção de 11,75% para 12,25% ao fim de 2022. A previsão para o término de 2023 manteve-se inalterada em 8%.

A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) continuou em 0,30% no fim deste ano. Para o término de 2023, houve redução de 1,53% para 1,50%, terceiro corte consecutivo.

Fonte: O Globo