
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante anúncio do investimento para adaptar o SUS aos impactos da crise climática. - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Investimentos incluem construção e adaptação de unidades de saúde, compra de equipamentos resilientes e criação de guia nacional para fortalecer estruturas do SUS diante de eventos extremos.
Porto Velho, RO - O Ministério da Saúde anunciou, no domingo (30), um investimento de R$ 9,8 bilhões destinado a fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) frente aos efeitos da crise climática. O pacote, que integra as ações do programa AdaptaSUS, prevê construção de novas unidades, modernização de equipamentos e adoção de padrões arquitetônicos capazes de resistir a eventos climáticos extremos.
PREPARAÇÃO DO SUS PARA EVENTOS CLIMÁTICOS
O anúncio foi feito durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), no qual o ministro Alexandre Padilha destacou que a crise climática já é reconhecida mundialmente como um problema direto de saúde pública. Segundo ele, “um em cada 12 hospitais no mundo chega a paralisar suas atividades por causa de eventos climáticos extremos”, reforçando a urgência de fortalecer a infraestrutura da rede.
As ações são orientadas pelo Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, lançado durante o evento. O documento estabelece diretrizes para construção e adaptação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais, com foco em:
- Estruturas reforçadas
- Autonomia energética e hídrica
- Inteligência predial
- Segurança ampliada para funcionamento em situações críticas
O guia passa a integrar o Novo PAC Saúde, garantindo que todos os novos projetos financiados pelo programa adotem critérios de resiliência às mudanças climáticas.
O Ministério da Saúde também instituiu um grupo técnico nacional responsável por detalhar as normas de resiliência climática do SUS. A equipe reúne especialistas da própria pasta, da Fiocruz, Anvisa, Opas e representantes dos conselhos de saúde. O objetivo é consolidar padrões nacionais para garantir que unidades resistam a enchentes, ondas de calor, tempestades e outros eventos cada vez mais frequentes no país.
Além das medidas de resiliência climática, o ministério apresentou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep), estrutura que moderniza o sistema brasileiro de avaliação ética em estudos com seres humanos. A Inaep promete agilizar análises, eliminar duplicidades, estabelecer critérios de risco e regular o funcionamento de biobancos, aproximando o Brasil das melhores práticas internacionais.
Com o investimento de R$ 9,8 bilhões e novas diretrizes de construção, o governo reforça o compromisso de preparar o SUS para enfrentar desafios climáticos e estruturar um sistema de saúde mais seguro, moderno e eficiente para toda a população.
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