Novo ministro do Turismo diz que governo deve priorizar acesso do povo ao setor

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Novo ministro do Turismo diz que governo deve priorizar acesso do povo ao setor


Gustavo Feliciano durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto; indicação reflete acordos políticos entre União Brasil e governo federal. — © Marcelo Camargo - Agência Brasil | Alô Rondônia

Porto Velho, Rondônia - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, que defendeu um turismo mais acessível para a população de baixa renda. O discurso ocorre em meio a uma articulação política que recolocou o União Brasil no comando da pasta e expôs bastidores de pressões partidárias e reposicionamento no governo federal.

DISCURSO SOBRE “TURISMO PARA O POVO” CONTRASTA COM REALIDADE DO SETOR

Ao assumir o comando do ministério, Gustavo Feliciano afirmou que o turismo “não pode ser só de rico” e que deve ser voltado ao povo. A fala ecoa uma agenda de inclusão, mas ocorre num país onde os custos de passagens aéreas, hospedagem e transporte interno seguem entre os principais obstáculos para o acesso ao lazer.

Especialistas apontam que o discurso de democratização do turismo é recorrente, mas raramente acompanhado de políticas efetivas que reduzam preços ou ampliem infraestrutura para quem ganha menos. Até o momento, o novo ministro não apresentou medidas concretas nesse sentido.

POSSE É MARCADA POR ALINHAMENTOS PARTIDÁRIOS

A presença de líderes políticos — especialmente do União Brasil — deixou evidente que a posse teve mais peso político do que programático. Feliciano agradeceu a confiança do partido e fez menções diretas ao presidente da Câmara, Hugo Motta, considerado peça-chave na recomposição de espaços do partido dentro do governo Lula.

A fala reforçou a dimensão político-partidária da nomeação, que acontece após meses de atritos entre o governo federal e o União Brasil, que oficialmente havia saído da base, mas manteve cargos estratégicos.

TROCA DE MINISTRO É RESULTADO DE DISPUTA INTERNA NO UNIÃO BRASIL

A nomeação de Feliciano só ocorreu porque o ex-ministro Celso Sabino foi expulso da legenda ao decidir permanecer no cargo mesmo após o União Brasil ordenar que seus filiados deixassem o governo. A expulsão abriu caminho para a retomada da pasta como moeda de negociação política.

Sabino retornará à Câmara dos Deputados e articula candidatura ao Senado em 2026. A manobra interna evidencia que o Ministério do Turismo se tornou mais um capítulo na disputa por influência e espaço dentro da Esplanada.

HUGO MOTTA PUXA PARA SI O PROTAGONISMO DA INDICAÇÃO

Durante a cerimônia, o presidente da Câmara, Hugo Motta, destacou que a indicação do ministro demonstra a “sensibilidade política” do presidente Lula e reforçou que o Congresso contribuiu para manter o governo de pé em um ano marcado por embates.

A fala revela um recado político claro: o União Brasil cobra protagonismo e quer reocupar posições estratégicas no governo, ainda que publicamente mantenha postura de “independência” no Legislativo.

PERFIL DO NOVO MINISTRO

Gustavo Feliciano, natural de Campina Grande (PB), é advogado, já comandou a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba e vem de um núcleo familiar politicamente influente:
  • filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB)
  • filho da vice-governadora Lígia Feliciano
  • aliado político direto do presidente da Câmara, Hugo Motta
Sua chegada ao ministério reforça o peso da bancada paraibana e do União Brasil nas negociações com o Palácio do Planalto.
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