Lula alerta que derrubada de vetos à “Lei da Devastação” pode punir o agronegócio

Novidades

6/recent/ticker-posts

Lula alerta que derrubada de vetos à “Lei da Devastação” pode punir o agronegócio

Lula recebe de Eraí Maggi e Teresa Vendramini a Agenda Positiva do Agro durante a 6ª Reunião do CDESS - Foto reprodução Internet

Porto Velho, Rondônia – Durante a abertura da 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), nesta quinta-feira (4/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a derrubada, pela Câmara dos Deputados, dos vetos presidenciais ao projeto de Licenciamento Ambiental — que, segundo ele, tinha como objetivo proteger o agronegócio brasileiro de possíveis barreiras comerciais internacionais.

Lula destacou que países importadores têm endurecido exigências ambientais e que a flexibilização das regras pode gerar prejuízos diretos ao setor. “Nós vetamos para proteger o agronegócio, porque essa mesma gente que derrubou meus vetos, quando a China parar de comprar soja, quando a Europa parar de comprar soja, quando alguém parar de comprar nossa carne ou nosso algodão, vão vir falar comigo outra vez”, declarou.

Regras ambientais como vantagem competitiva

Antes da fala do presidente, o empresário Eraí Maggi — conhecido como “rei da soja” — afirmou que as exigências ambientais hoje são parte essencial do sucesso do agronegócio brasileiro. Ele citou como exemplo a concessão de licenças essenciais para obras de infraestrutura e lembrou que, embora as normas tenham trazido desafios no início, elas se tornaram fundamentais para acessar crédito e ampliar mercados.

Maggi, ao lado da empresária rural Teresa Vendramini, entregou a Lula a Agenda Positiva do Agro, documento com propostas para o desenvolvimento sustentável do setor. “A questão ambiental é cobrada de maneira exemplar”, afirmou o empresário durante o evento.

Lula concordou com os apontamentos e criticou a atuação da chamada “bancada do agronegócio”, que, segundo ele, ignorou as preocupações levantadas pelo setor produtivo. “Eles sabem que nós queremos que a nossa produção seja maior, mais sustentável e mais limpa. Não queremos um mundo limpo só para nós, mas para todo mundo”, afirmou.

Críticas às emendas impositivas

O presidente também voltou a criticar as emendas parlamentares impositivas, que obrigam o governo federal a executar parte do orçamento definido pelo Congresso. Lula classificou o modelo como um “erro histórico”.

“Eu não concordo com as emendas impositivas. Acho que o fato de o Congresso sequestrar 50% do orçamento da União é um grave erro, mas isso só muda quando mudarem as pessoas que aprovaram isso”, afirmou.

O encontro do CDESS reforçou a divisão entre governo, setor produtivo e Congresso em torno das regras ambientais e da condução orçamentária, temas que devem seguir no centro do debate político nacional.
Reactions

Postar um comentário

0 Comentários