Importações crescem acima das exportações e reduzem superávit; petróleo puxa queda no desempenho do mês

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Importações crescem acima das exportações e reduzem superávit; petróleo puxa queda no desempenho do mês

Movimentação no Porto de Santos: importações em alta e queda no petróleo pressionam balança comercial em novembro - Ricardo Botelho/Minfra

Porto Velho, Rondônia - A balança comercial brasileira registrou, em novembro, o menor superávit para o mês desde 2021, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Pressionado pelo aumento das importações e pela queda nas exportações de petróleo, o saldo comercial fechou o mês em US$ 5,842 bilhões, redução de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em novembro de 2024, o superávit havia sido de US$ 6,746 bilhões. O desempenho atual marca o pior resultado para meses de novembro desde 2021, quando foi registrado déficit de US$ 1,11 bilhão.

Exportações e importações batem recorde histórico para novembro

Mesmo com o saldo mais baixo, tanto exportações quanto importações alcançaram valores recordes para meses de novembro desde o início da série histórica, em 1989.
  • Exportações: US$ 28,515 bilhões (+2,4%)
  • Importações: US$ 22,673 bilhões (+7,4%)
O crescimento mais acelerado das importações — impulsionado pela retomada do consumo interno e dos investimentos — foi determinante para reduzir o superávit no mês.

Desempenho do ano: saldo menor e ritmo desacelerado

De janeiro a novembro, o Brasil acumula superávit de US$ 57,839 bilhões, queda de 16,8% em comparação ao mesmo período de 2024. Esse é o menor resultado para os 11 primeiros meses do ano desde 2022.

A composição do acumulado é a seguinte:
  • Exportações: US$ 317,821 bilhões (+1,8%)
  • Importações: US$ 259,983 bilhões (+7,2%)
Setores: agropecuária cresce, mas petróleo derruba indústria extrativa

As exportações tiveram comportamentos distintos entre os setores:
  • Agropecuária: +25,8%
  • Indústria de transformação: +3,7%
  • Indústria extrativa: –14%
A queda na indústria extrativa foi puxada principalmente pelas menores vendas de petróleo bruto, que recuaram 21,3%, representando uma redução de US$ 963 milhões em relação a novembro de 2024. A queda se deve, em parte, a manutenções programadas em plataformas de produção, que geram forte oscilação mensal.

Entre os produtos com alta nas exportações destacam-se:
  • Soja: +64,6%
  • Milho: +12,6%
  • Café: +9,1%
  • Ferro e aço (semiacabados e lingotes): +102%
  • Aeronaves e componentes: +86,1%
  • Carne bovina: +57,9%
Importações: economia aquecida impulsiona compras externas

As importações subiram de forma significativa, influenciadas pela retomada da atividade econômica. Entre os principais destaques estão:
  • Agropecuária: centeio, aveia e cereais (+332,8%) e soja (+2.753%)
  • Indústria extrativa: carvão, linhita, turfa e gás natural
  • Indústria de transformação: combustíveis (+63,7%), máquinas não elétricas (+46,4%) e equipamentos de processamento de dados (+115,3%)
Projeções para 2025: expectativa menor que a do mercado

Para 2025, o Mdic projeta superávit de US$ 60,9 bilhões, com:
  • Exportações: US$ 344,9 bilhões
  • Importações: US$ 284 bilhões
A projeção é mais pessimista que a do Boletim Focus, que estima superávit de US$ 62,85 bilhões. No ano passado, o superávit foi de US$ 74 bilhões, e o recorde histórico — US$ 98,9 bilhões — foi registrado em 2023.
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