Durante as férias escolares, o aumento do tempo diante de telas exige diálogo, limites e acompanhamento dos responsáveis para garantir a segurança digital de crianças e adolescentes - Foto: Reprodução | Alô RondôniaPorto Velho, Rondônia - Com a chegada das férias escolares, o tempo que crianças e adolescentes passam diante de telas tende a crescer de forma significativa. Jogos on-line, redes sociais e aplicativos de mensagens passam a ocupar boa parte do dia — especialmente quando pais e responsáveis seguem com a rotina de trabalho. O cenário, segundo especialistas, exige atenção redobrada, definição de limites claros e orientação constante para reduzir riscos no ambiente digital.
De acordo com coordenadores dos cursos de Ciências da Computação da Afya, o afastamento da rotina escolar amplia a exposição a conteúdos inadequados, contatos com desconhecidos e comportamentos perigosos, como desafios virais e a superexposição de dados pessoais. “Durante o recesso escolar, o aumento do tempo conectado amplia vulnerabilidades. Sem acompanhamento, crescem os riscos à saúde mental, ao desempenho escolar e à segurança”, alertam os especialistas.
Conteúdo, contato e comportamento no centro do alerta
Os riscos se concentram em três frentes principais: conteúdo, contato e comportamento. Crianças podem acessar materiais impróprios para a idade; adolescentes tornam-se mais suscetíveis a abordagens indevidas em jogos e redes sociais; e o uso excessivo de telas pode desencadear ansiedade, distúrbios do sono, isolamento social e queda no rendimento escolar.
Especialistas também chamam atenção para sinais de alerta que não devem ser ignorados, como irritabilidade ao interromper o uso de dispositivos, isolamento, alterações no sono, dores de cabeça frequentes e dificuldade de concentração. “Quando o uso deixa de ser saudável, é preciso intervir com diálogo, ajustes na rotina e novos limites”, orientam.
Tempo de tela e equilíbrio digital
As recomendações variam conforme a faixa etária, mas o consenso é priorizar qualidade de uso e acompanhamento. A orientação é evitar telas para crianças de até 2 anos (exceto videochamadas), limitar a 1 hora diária entre 2 e 5 anos, de 1 a 2 horas para crianças maiores e estabelecer limites claros para adolescentes, preservando sono, atividades físicas e convivência familiar.
Ferramentas de controle parental podem auxiliar, desde que usadas com transparência. Aplicativos como Google Family Link, Tempo de Uso (iOS) e Microsoft Family Safety ajudam a definir horários e restringir conteúdos. “Monitorar não é espionar. O acompanhamento deve ser combinado, explicado e adequado à idade, para proteger sem quebrar a confiança”, reforçam os especialistas.
Contato com desconhecidos e proteção legal
O contato com estranhos no ambiente digital pode evoluir para situações graves, como manipulação emocional, extorsão e aliciamento (grooming). A legislação brasileira — Marco Civil da Internet, LGPD e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) — prevê mecanismos de proteção aos menores e responsabiliza plataformas digitais.
Em casos de risco, a orientação é registrar provas, acolher a criança ou adolescente e denunciar por canais oficiais, como o Disque 100 e a SaferNet Brasil. “A melhor proteção combina tecnologia, regras claras e afeto. As férias são uma oportunidade de fortalecer vínculos e ensinar responsabilidade digital”, concluem os especialistas.
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