MPRO e Rede Lilás promovem diálogo com a imprensa para discutir revitimização e impactos jurídicos na cobertura sobre violência contra a mulher

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MPRO e Rede Lilás promovem diálogo com a imprensa para discutir revitimização e impactos jurídicos na cobertura sobre violência contra a mulher

Reunião na sede do MPRO reuniu Ministério Público, Rede Lilás e representantes da imprensa para discutir revitimização e impactos jurídicos da cobertura sobre violência contra a mulher - Foto: Reprodução MP-RO | Alô Rondônia

Porto Velho, Rondônia - O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO) e a Rede Lilás realizaram, na sexta-feira (19), uma reunião com representantes de veículos de comunicação para debater revitimização e reflexos jurídicos e processuais decorrentes da cobertura jornalística sobre violência contra a mulher no estado. O encontro ocorreu na sede do MPRO, em Porto Velho, e inaugurou um processo contínuo de diálogo com a imprensa, pautado no respeito à liberdade editorial e na proteção dos direitos das vítimas.

A condução dos trabalhos ficou a cargo da promotora de Justiça do Tribunal do Júri – Feminicídio, Joice Gushy Mota Azevedo, com a participação da coordenadora da Rede Lilás, Rosemar Francelino, além de dirigentes e diretores de jornalismo de sites e emissoras de televisão.

Liberdade de imprensa e proteção de direitos

Na abertura, a promotora destacou o papel transformador da imprensa e reafirmou o compromisso do MPRO com a autonomia e a liberdade editorial. Segundo ela, a iniciativa busca qualificar a abordagem noticiosa para evitar práticas que reforcem a violência de gênero ou exponham vítimas a novos danos. Joice Gushy também explicou a dinâmica do Tribunal do Júri, ressaltando que reportagens podem ser utilizadas como meio de prova em julgamentos, o que amplia a responsabilidade sobre linguagem, contexto e enquadramento das notícias.

“Precisamos estreitar relações para aprimorar, juntos, a forma como a violência de gênero é veiculada. Ainda existem vícios de uma cultura machista e um viés de misoginia que ecoam em algumas notícias. Com colaboração, superaremos essas dificuldades”, afirmou.

Narrativa jornalística e percepção social

Durante a atividade, Rosemar Francelino apresentou a exposição “A influência da narrativa da imprensa nos casos de violência contra a mulher”, abordando como escolhas editoriais impactam a percepção pública, o acolhimento das vítimas e a responsabilização dos agressores. Para a coordenadora da Rede Lilás, a imprensa é ator social essencial no combate à violência de gênero, com potencial educativo e preventivo. 

Participação dos veículos e encaminhamentos

Dirigentes e jornalistas presentes classificaram a reunião como histórica e ressaltaram a urgência do tema, compartilhando desafios do cotidiano da cobertura e propondo melhorias. Ao final, foram definidos encaminhamentos concretos:
  • Elaboração de cartilha orientativa em cooperação entre MPRO, Rede Lilás e veículos;
  • Capacitações para a classe jornalística;
  • Diálogo permanente entre MP e imprensa, com enfoque pedagógico;
  • Visitas técnicas de promotores às redações para debates focados no tema.
Segundo a promotora, a adesão dos veículos é decisiva para que a iniciativa gere resultados duradouros. “Hoje trilhamos o início de uma solução que beneficia toda a sociedade”, concluiu.
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