
Audiência na Câmara discutiu impactos da concessão da hidrovia do Madeira para comunidades e setores produtivos - Foto reprodução Internet
Porto Velho, Rondônia - A audiência pública realizada na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (2), trouxe esclarecimentos considerados essenciais sobre o projeto de concessão da hidrovia do rio Madeira. A deputada federal Sílvia Cristina, que presidiu o encontro ao lado do deputado Thiago Flores, classificou o debate como positivo e esclarecedor.
O encontro reuniu representantes do governo federal, entidades do setor produtivo, empresários, especialistas e lideranças comunitárias, entre elas Marina Gomes, presidente da Colônia de Pescadores de Porto Velho e da Federação de Pescadores de Rondônia.
Isenção de pedágio para pequenos usuários
Uma das preocupações centrais da audiência foi o temor de que pescadores, ribeirinhos e pequenas embarcações fossem obrigados a pagar pedágio após a concessão. O questionamento foi feito por Marina Gomes ao superintendente de Estudos e Projetos Hidroviários da Antaq, Eduardo Queiroz, que assegurou a isenção.
Segundo ele, serão isentos do pagamento:
- Ribeirinhos
- Pescadores
- Embarcações de turismo
- Barcos de carga de pequeno porte (mistas)
Para Sílvia Cristina, a posição da Agência Nacional de Transportes Aquaviários trouxe alívio e reduziu temores de injustiças no processo. “Afastamos essa possibilidade de cobrança dos pequenos, uma das maiores preocupações das comunidades que vivem do rio”, afirmou.
Setor produtivo é favorável, mas faz ressalvas
Durante o debate, representantes do setor industrial e empresarial defenderam a concessão como um passo necessário para melhorar a infraestrutura logística da região. No entanto, reforçaram que dois pontos precisam ser observados:
- Garantia de navegabilidade durante todo o ano
- Custos de pedágio equilibrados, evitando encarecer o escoamento da produção
Projeto será retomado em 2026
Atualmente paralisado, o projeto da concessão deve ser retomado pela Antaq no próximo ano. A agência afirmou que irá incorporar as sugestões e questionamentos levantados na audiência pública antes de avançar com novos estudos e atualizações do modelo.
Segundo Sílvia Cristina, o debate foi crucial para “dar transparência ao processo e garantir que o Amazonas, o setor produtivo e, principalmente, as comunidades tradicionais do rio Madeira sejam ouvidas e respeitadas”.
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