Porto Velho, Rondônia - A renúncia da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), formalizada no domingo (14), resultou na posse de Adilson Barroso (PL-SP) como novo integrante da Câmara dos Deputados. Primeiro suplente do Partido Liberal em São Paulo, Barroso assumiu a vaga nesta segunda-feira (15), após uma série de decisões judiciais que culminaram na perda do mandato da congressista, atualmente presa na Itália, onde aguarda decisão sobre extradição.
A saída de Zambelli ocorreu dias depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular a votação da Câmara que havia mantido o mandato da deputada. O entendimento da Corte foi de que, em casos de condenação criminal com trânsito em julgado, cabe ao Judiciário decretar a perda do cargo. A decisão foi confirmada por unanimidade pela Primeira Turma do STF.
Diante do impasse institucional e da pressão sobre a Mesa Diretora da Câmara, Carla Zambelli optou por renunciar ao mandato, abrindo caminho para a convocação do suplente.
Experiência parlamentar e retorno ao cargo
Adilson Barroso já havia exercido mandato federal durante a atual legislatura. Entre 2023 e 2025, ocupou a cadeira deixada por Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Com o retorno do titular, Barroso voltou à condição de suplente, sendo novamente chamado agora.
Natural de Minas Gerais e radicado em São Paulo desde a infância, Barroso construiu sua trajetória política no interior paulista. Empresário, iniciou a vida pública como vereador em Barrinha (SP) no fim da década de 1980, cargo que exerceu em diferentes mandatos. Também foi vice-prefeito do município e deputado estadual por São Paulo entre 2003 e 2010.
Atuação partidária e alinhamento político
No campo partidário, Adilson Barroso foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), criado em 2012 e posteriormente rebatizado como Patriota. À frente da legenda, articulou tentativas de filiação do então deputado Jair Bolsonaro, iniciativa que não avançou e resultou em seu afastamento da presidência do partido.
Em 2021, Barroso deixou o Patriota e se filiou ao Partido Liberal (PL). Nas eleições de 2022, tornou-se o primeiro suplente da sigla em São Paulo, o que possibilitou seu retorno ao Congresso após a renúncia de Zambelli.
Identificado com a ala mais conservadora da direita, o parlamentar mantém alinhamento público com o ex-presidente Bolsonaro e costuma adotar um discurso crítico ao Supremo Tribunal Federal. Ele é pai da deputada estadual Fabiana Barroso (PL-SP).
Contexto do caso Zambelli
A posse de Adilson Barroso ocorre em meio aos desdobramentos do caso envolvendo Carla Zambelli, condenada pelo STF a 10 anos de prisão por participação na tentativa de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de mais de cinco anos de pena por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
O episódio intensificou o embate entre Legislativo e Judiciário e segue gerando repercussão no cenário político nacional.
0 Comentários