Porto Velho, Rondônia - O diagnóstico de acondroplasia, forma mais comum de nanismo, mudou a vida da professora Edilane Marinho de Araújo e de sua filha Alice, hoje com 10 anos. O impacto inicial deu lugar à busca por conhecimento, amor e respeito — uma jornada que inspirou novas ações de conscientização e combate ao preconceito em Porto Velho.
Desafio e superação
Durante a gestação, Edilane recebeu a suspeita do diagnóstico e só teve confirmação após o nascimento da filha. “Foi uma espera angustiante. Eu não sabia que o nanismo podia acontecer por uma nova mutação genética”, relembra.
Sem especialistas na época, ela precisou viajar para outras cidades em busca de acompanhamento médico adequado. “Foi difícil, mas aprendi que o amor e o conhecimento são nossas melhores armas contra o preconceito”, afirma.
Convivendo com o preconceito
Hoje, Alice leva uma vida ativa e cheia de sonhos, mas ainda enfrenta olhares e comentários que mostram o desconhecimento sobre o tema. “As pessoas às vezes fazem perguntas invasivas. É falta de informação. Precisamos falar mais sobre o nanismo e sobre respeito”, diz Edilane, que também representa a Associação Nanismo Brasil (Annabra).
A família aprendeu a lidar com a condição com naturalidade, valorizando a empatia. “Alice entende sua condição e gosta de explicar que é uma pessoa com nanismo, e não ‘anã’. O termo correto faz diferença”, completa a mãe.
Campanha e conscientização
Neste 25 de outubro, Dia Nacional de Combate ao Preconceito às Pessoas com Nanismo, a Prefeitura de Porto Velho promove ações de conscientização e ilumina o prédio do relógio com luz verde — cor símbolo da esperança e da inclusão.
Segundo a Secretaria Municipal de Inclusão e Assistência Social (Semias), novas campanhas educativas serão lançadas para combater o bullying nas escolas e incentivar o uso de linguagem respeitosa. O município também prepara o Plano de Anticapacitismo, com atividades itinerantes para escolas, empresas e espaços públicos.
“Nosso objetivo é promover o respeito às diferenças e combater atitudes capacitistas. A inclusão precisa sair do discurso e virar prática”, destacou a secretária adjunta Tércia Marília.
Mensagem de amor e empatia
Edilane deixa um recado para outras famílias: “É essencial conversar com as crianças sobre as diferenças. O respeito começa dentro de casa”.
E Alice resume o sentimento com simplicidade:
“Quero que as pessoas respeitem os outros como gostariam de ser respeitadas. Quem tem nanismo pode ser o que quiser e realizar seus sonhos.”
Fotos: Augusto Soares
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