Txai Suruí fala na abertura da COP26 — Foto: Reprodução/COP26
Porto Velho, Rondônia – A ativista indígena rondoniense Txai Suruí, de 28 anos, foi escolhida para integrar o Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudança Climática do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. O anúncio foi realizado na terça-feira (12), e coloca a jovem entre os 14 representantes de diferentes países que irão auxiliar o líder da ONU na formulação de ações e soluções para enfrentar a crise climática global.
Txai, cujo nome de nascimento é Walelasoetxeige Suruí, pertence ao povo Paiter Suruí e é filha de duas importantes lideranças: o cacique Almir Suruí, conhecido por sua luta contra o desmatamento na Amazônia, e a indigenista Ivaneide Bandeira, fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, organização que há mais de três décadas atua na proteção de territórios e no fortalecimento de comunidades indígenas. Atualmente, a entidade é coordenada por Txai.
Formada em Direito, a ativista é a primeira mulher de seu povo a conquistar o diploma universitário, utilizando seus conhecimentos para defender os direitos indígenas e ambientais. Em 2021, ganhou projeção internacional ao discursar na abertura da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26), no Reino Unido.
Há cerca de três anos, Txai fundou o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, ampliando sua atuação política e social. Entre suas iniciativas, liderou mobilizações pela preservação da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau e denunciou a expansão irregular da agropecuária na região.
Ao apresentar os novos integrantes do grupo, António Guterres destacou a importância do engajamento juvenil: “A defesa destemida dos jovens tem sido fundamental na luta contra a crise climática”, afirmou.
Além de coordenar a Kanindé, Txai atua como consultora da Fundação Avina, do Pacto Global da ONU e do WWF-Brasil, participando regularmente de fóruns e conferências internacionais voltados à agenda socioambiental.
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