Foto: Reprodução Rede Amazônica
Porto Velho, Rondônia - Com passos sincronizados, pirâmides humanas e voos que desafiam a gravidade, os cheerleaders universitários da Atlética Muralha e do grupo Cheer Sheeps, de Porto Velho (RO), seguem firme na preparação para o Intermed Norte — competição entre atléticas de medicina do Norte do país. O evento reunirá atletas de Rondônia e Acre e, mais uma vez, colocará à prova a dedicação de quem alia o esporte à exigente rotina da faculdade de medicina.
O grupo, com mais de uma década de existência, se destaca não apenas pelas coreografias envolventes, mas pela história de superação, disciplina e, principalmente, paixão pelo que faz. Para os atletas, o cheerleading vai muito além da estética: exige força física, confiança mútua, resistência mental e muito espírito de equipe.
“Eu me sinto no filme As Apimentadas ou no High School Musical. É como se a gente trouxesse essa energia dos filmes pro nosso dia a dia. A apresentação no Intermed é mágica”, resume o estudante Juan Barros, de 25 anos, capitão do time e aluno do curso de medicina.
Vencer o medo, voar com confiança
A rotina de treinos é intensa. Mesmo entre aulas teóricas, plantões em hospitais e provas puxadas, os integrantes se reúnem diariamente para ensaios que envolvem acrobacias de alto nível e muita repetição. E mesmo quem começa sem nenhuma experiência consegue encontrar seu espaço.
Giovana Carvalho, de 20 anos, é flyer — a atleta responsável por executar os saltos no topo das pirâmides humanas. “Cheguei sem saber nada. Mas tinha gente experiente pra ensinar cada detalhe: a contagem, a respiração, os movimentos. Aos poucos o medo virou encorajamento. A gente se apoia muito”, explica.
Emoção no palco e fora dele
Se, para o público, os movimentos parecem leves e alegres, por trás há muito suor e nervosismo. “Minha boca seca, fico nervoso, mas quando ouço a torcida gritar, tudo vale a pena. É uma sensação indescritível”, conta Juan.
Apesar do crescimento e visibilidade do grupo, a equipe ainda não conta com apoio institucional. A maior parte dos custos — como transporte, uniformes, estrutura e inscrição em campeonatos — é arcada pelos próprios integrantes, com ajuda de rifas, bazares e ações comunitárias.
“É por amor ao esporte. Sempre foi um sonho. Se a gente tem a chance de viver isso agora, por que não lutar pra que cresça?”, completa o capitão.
A reportagem foi acompanhada pela jornalista Ana Beatriz Vieira, da Rede Amazônica, que acompanhou um dos treinos da equipe e mostrou os bastidores de um time movido por paixão, garra e amizade.
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