Porto Velho, Rondônia - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT; foto), confirmou neste sábado, 22, ter solicitado a exoneração do diretor da Conab responsável pelo leilão de compra do arroz importado. Thiago José dos Santos foi assessor do ex-deputado Neri Geller, também demitido após a polêmica envolvendo irregularidades no procedimento.

Como mostramos, o cancelamento da primeira tentativa de realizar o leilão foi anunciado pela Conab no último dia 11, mesmo dia em que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro anunciou a saída de Geller da secretaria de Política Agrícola.

O ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência.

As suspeitas sobre o leilão

A revista Crusoé mostrou que no leilão realizado em 6 de junho, para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado, na região central de Macapá, fosse responsável por negociar mais da metade do valor negociado. A Wisley A. de Sousa LTDA, nome empresarial do supermercado “Queijo Minas”, ficaria sob a responsabilidade de entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.

O governo Lula anunciou a compra de arroz logo após o início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.

A Conab afirmou que, no atual modelo de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação. Isso porque quem intermedia as negociações são as bolsas de cereais.

Fonte: O Antagonista