Evali é a nova doença que está relacionada ao uso de cigarro eletrônico. Já foram registrados 7 casos no Brasil

Porto Velho, RO - O cigarro eletrônico e o vape se tornaram sensação entre as pessoas mais jovens. Muita gente que não era nem acostumado com o cigarro tradicional, começou a usar esse tipo de vaporizador por pensar que ele não traz riscos. Contudo, essa está longe de ser a realidade.

Para quem não conhece, o cigarro eletrônico produz vapor que acontece no seu interior a partir da queima e vaporização de um líquido aromatizado. Por conta disso, o vapor causa uma sensação agradável. Em alguns casos, essa sensação vem por conta da nicotina nesses líquidos que são usados. Por conta disso que o uso deles não é totalmente sem risco.

Tanto que uma nova doença pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico ganhou nome: Evali. O nome é uma sigla em inglês para a doença pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico ou vape, a “E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury” em inglês.

O nome da doença surgiu em 2019 e foi dado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês). E mesmo que o cigarro eletrônico tenha sua comercialização proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso está cada vez mais comum.

Mesmo sendo uma doença nova, a enfermidade já fez 68 vítimas nos Estados Unidos. No Brasil, segundo dados obtidos pelo The Intercept, por meio da Lei de Acesso à Informação, até agosto de 2020, foram registrados sete casos de Evali.

Evali



Segundo Daniela Chiesa, médica clínica e pneumologista, a Evali é uma lesão pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico descrita pela primeira vez em 2019, nos EUA.

Acredita-se que essa doença tenha uma relação com o líquido que é usado nos dispositivos que acaba afetando o pulmão e causando um tipo de reação inflamatória no órgão.

Tanto que, um estudo publicado no periódico Thorax mostrou que o vapor emitido por cigarros eletrônicos pode ser responsável por desativar as principais células do sistema imunológico no pulmão. Além disso, ele também pode aumentar as inflamações no organismo.

Sintomas



Os principais sintomas das pessoas com Evali, de acordo com Daniela, são tosse, falta de ar e dor no peito. Contudo, além desses também são sintomas comuns as dores de barriga, vômitos e diarreias, febre, calafrios e perda de peso. Por conta desses sintomas, a Evali pode muitas vezes ser confundida com um simples quadro de gripe.

No entanto, ela pode causar fibrose pulmonar, pneumonia e chegar até a uma insuficiência respiratória, o que, por sua vez, pode levar o paciente a precisar ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Os cigarros eletrônicos contêm nicotina e vários outros produtos químicos potencialmente tóxicos. A nicotina aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias como asma. Várias substâncias presentes nos cigarros eletrônicos são comprovadamente cancerígenas para pulmão, bexiga, esôfago e estômago, havendo também o risco de explosões e intoxicação, principalmente por crianças, pelo contato com o líquido”, disse Daniela.

Tratamento



Às pessoas que estão com Evali, o principal tratamento é não usar mais o cigarro eletrônico. Além disso, a maior parte dos casos precisa de internação para que o paciente tenha um suporte clínico, já que vários pacientes precisam de oxigênio. Quando o caso da doença é mais grave, pode ser que o paciente precise de ventilação mecânica.

Todos esses cuidados são necessários e também existe a presença de um profissional que é essencial no tratamento: o fisioterapeuta.

“O fisioterapeuta no tratamento de doenças respiratórias tem como função manter a funcionalidade do órgão. Para isso, existem algumas propriedades que são avaliadas, como a musculatura respiratória. Se a musculatura inspiratória e expiratória é adequada, se o órgão está fazendo capacidade e volume adequados.

O fisioterapeuta é responsável por essa mecânica e com tudo isso funcionando, ocorre uma melhora na oxigenação do corpo. Então, a função que o profissional exerce nessas doenças é trabalhar essas capacidades em cima dos fatores que interferem no bom funcionamento do órgão”, concluiu a fisioterapeuta Lorenna Almeida.

Fonte: Fatos Desconhecidos