Time enfrenta o Talleres da Argentina no Maracanã

Porto Velho, RO - O Flamengo estreia na Libertadores diante de sua torcida no segundo jogo pela fase de grupos, às 21h30, no Maracanã, contra o Talleres, equipe que ocupa as últimas posições no torneio nacional da Argentina.

E a pequena exigência dos adversários nos jogos classificatórios da competição promete dar o tempo necessário ao técnico Paulo Sousa para uma reformulação que tem como característica a "troca do pneu com o carro andando".

A decisão do clube de trazer um treinador para promover as mudanças de seu elenco e das ideias de jogo da equipe durante a temporada cobra um preço.

Dos protestos contra os atletas às críticas que vem de dentro a uma ruptura conduzida sem o tato necessário, tudo contribuiu para atrasar a consolidação de um novo estilo.

Mesmo assim, o trabalho tem uma identidade clara e dá sinais graduais de evolução. Desde as finais do Estadual diante do Fluminense, com atuação para esquecer, o Flamengo parece ter reagido bem.

Na estreia da Libertadores, com o 2 a 0 sobre o Sporting Cristal, já houve alguma melhoria. Ainda assim, uma equipe pouco criativa. No fim de semana, veio o empate ruim diante do Atlético-GO, mas pela primeira vez se viu um Flamengo dominante.

A equipe de Paulo Sousa teve mais posse de bola, mais acerto de passe, mais finalizações e mais presença no campo de ataque; A construção e a saída de bola melhoraram bastante.

Ainda assim, o time cedeu espaço entre as linhas, fez transições defensivas ruins e permitiu muita trocação e contra-ataques.

Bruno Henrique foi o jogador mais perigoso novamente, ao lado de Arrascaeta. Já Gabi esteve participativo, mas pouco finalizador. O trio é a espinha dorsal de uma equipe em transformação profunda.

Os ajustes em andamento podem pesar a partir das rodadas seguintes do Brasileiro. Jogos contra São Paulo, Athletico-PR e Palmeiras serão um teste bem mais complicado a partir do próximo fim de semana para uma equipe em reconstrução.

Ontem, a diretoria oficializou a saída de Renê para o Inter. E ainda tenta enxugar o elenco com outros atletas fora dos planos do técnico, como Diego Alves e Diego Ribas.

Sem o mesmo espaço, Éverton Ribeiro tem sondagens do Brasil e de fora e avalia a saída. Em meio a este processo, Paulo Sousa busca um encaixe melhor do time.

Hoje, ele não terá Fabrício Bruno, Gustavo Henrique, Pablo e Rodrigo Caio. Quatro dos sete zagueiros lesionados. Sobram David Luiz, Filipe Luís, Léo Pereira e jovem Cleiton, chamado às pressas.

A briga segue acirrada no meio-campo entre Arão, Thiago Maia, João Gomes e Andreas Pereira para duas vagas. O revezamento constante atrapalha um pouco a confiança dos jogadores, e nenhum deles ainda convenceu totalmente para ter sequência.

O técnico português e a diretoria, por sua vez, estão convencidos que o caminho atual não tem volta.

Fonte: O Globo