Músico, que tocou com Elizeth Cardoso, Ney Matogrosso e tantos outros, estava intubado; amigos faziam corrente de oração por sua recuperação

Porto Velho, RO -
O músico Oscar Luiz Werneck Pellon, conhecido como Oscar Bolão, morreu nesta quarta-feira (16), aos 68 anos. O carioca, um dos maiores bateristas e percussionistas da MPB, perdeu a vida para a Covid-19. A informação foi confirmada no perfil do artista no Facebook. Ele estava intubado em estado grave no CER Leblon.

Segundo pessoas próximas, Bolão teve Covid no fim de janeiro, chegou a ficar internado, mas recebeu alta e foi para casa. No último dia 6, data de seu aniversário, Bolão se sentiu mal de novo foi levado para o hospital, com quadro de infarto e uma infecção. Na unidade de saúde, o baterista foi intubado.

No domingo passado (13), músicos e amigos convocaram, pelas redes sociais, uma corrente de oração pela recuperação do percussionista, que deu brilho a discos da nata da música brasileira.

Bolão era conhecido pelo bom-humor e graça. Nos últimos tempos, amigos que conhecem as tantas histórias acumuladas em vários anos de carreira, o incentivavam a publicar um livro com os textos que ele postava no Facebook contando episódios que viveu. Um de seus últimos trabalhos foi a participação no novo disco da banda Pife Muderno, ainda inédito, e que homenageia Gilberto Gil.

O artista iniciou a carreira musical em 1975 no grupo Coisas Nossas. Bolão fez parte da Orquestra de Música Brasileira, da Orquestra de Cordas Brasileiras e da Orquestra Pixinguinha.

Ele se apresentou em shows e participou de gravações que marcaram a trajetória de vários artistas de relevância, como Ney Matogrosso, Elizeth Cardoso, Marlene, Carlos Malta, Tim Rescala, Maurício Carrilho e Léo Gandelman.

Nascido em 06 de fevereiro de 1954, Bolão foi criado no Leblon, ao lado de três irmãos. Sua formação musical foi forjada entre o autodidatismo, aulas particulares e cursos. Sua carreira de instrumentista foi construída entre algumas experiências com a música de concerto e o desenvolvimento de práticas e linguagens do universo popular brasileiro.

Percussionista e baterista de projeção nacional e internacional, sua performance em diversos ritmos brasileiros se destacava pela destreza técnica, riqueza de vocabulário musical e criatividade.

Músicos e amigos lamentaram sua partida pelas redes sociais.

O cantor e compositor Pedro Luis escreveu: "Querido, gente boa, talento e um capítulo gigante da história da música brasileira, na prateleira do ritmo: muito obrigado por tudo, tanto mais pela sua gentileza, Oscar Bolão! Já está fazendo uma falta imensa. Que encontros Mudernos e maravilhosos com você e o Pife pude experimentar".

O flautista Carlos Malta também fez a sua homenagem: "A toda família do Bolão meus sinceros sentimentos!! Um vazio gigantesco que só pode ser preenchido pelas maravilhosas lembranças de uma vida linda , tocando com ele, compartilhando a felicidade de estar em Pequim e ver as mulheres botando a mão na barriga dele pra terem sorte no casamento… um Buda do Batuque, um músico exemplar, pontual e responsável, um profissional dedicado, artista inquieto e ser humano amoroso. Ainda deu tempo del gravar o álbum novo do Pife Muderno, homenagem ao Gil… ele dizia… com este show a gente vai tocar pra caramba!!! Vai ser sucesso!!! A vida nos deu Oscar Bolão de presente pra sempre!".

Fonte: O Globo