TCE-RO aponta falhas estruturais, falta de insumos e riscos assistenciais no Hospital de Base e no Cemetron

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TCE-RO aponta falhas estruturais, falta de insumos e riscos assistenciais no Hospital de Base e no Cemetron

Equipes do TCE-RO verificam setores críticos dos hospitais para identificar riscos e cobrar melhorias - Foto reprodução

Porto Velho, Rondônia –Uma nova rodada de fiscalizações realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) revelou um cenário preocupante em duas das principais unidades de saúde da capital: o Hospital de Base Ary Pinheiro (HBAP) e o Cemetron. As inspeções, feitas no fim de semana, identificaram falhas estruturais, equipamentos danificados, insuficiência de insumos e riscos assistenciais que comprometem o cuidado aos pacientes e as condições de trabalho das equipes.

A ação do Tribunal integra uma série de visitas técnicas iniciadas em 2025 para avaliar a aplicação de recursos públicos, identificar gargalos e induzir melhorias emergenciais no sistema de saúde estadual.

Hospital de Base: falhas estruturais e riscos que afetam diretamente o atendimento

No Hospital de Base, a equipe do TCE-RO percorreu setores considerados essenciais para o funcionamento da unidade. Os principais problemas encontrados foram:

Almoxarifado sem estrutura adequada

O setor opera no limite: caixas empilhadas até a altura das luminárias, poucas prateleiras e ausência de equipamentos apropriados para carga e descarga. A movimentação manual, muitas vezes utilizando escadas, expõe servidores a risco de acidentes.

Lavanderia com máquina quebrada e infiltrações

Um dos equipamentos essenciais está inoperante há quatro meses. O espaço também funciona como depósito improvisado para aparelhos danificados e apresenta infiltrações e revestimentos soltos.

Farmácia central com déficit de pessoal

Apesar da boa organização e controle dos medicamentos, falta mão de obra suficiente para atender a demanda.

Centro Cirúrgico com salas inoperantes

A fiscalização constatou salas sem funcionamento, incluindo uma utilizada irregularmente como depósito.
Entre os achados mais críticos estão:
  • Apenas um aspirador cirúrgico por sala, apresentando falhas constantes;
  • Macas sem colchonetes, colocando pacientes em situação indigna;
  • Falta de carrinho de anestesia reserva, gerando risco direto à continuidade das cirurgias.

Diagnóstico atrasado por até 60 dias

Na Clínica Médica, o problema mais preocupante: exames terceirizados levam até dois meses para serem entregues. Esse atraso impacta diagnósticos, prolonga internações, aumenta custos e agrava o risco assistencial para pacientes que dependem de respostas rápidas.

Cemetron: persistência de problemas, mas com avanços registrados

No Cemetron, especializado em doenças infectocontagiosas, os fiscais identificaram falhas similares às já registradas em visitas anteriores:
  • Camas quebradas;
  • Infiltrações;
  • Climatização irregular;
  • Medicamentos zerados no estoque, com reposição que pode levar meses;
  • Redução de leitos devido ao atendimento de pacientes encaminhados do Hospital João Paulo II.

Apesar dos desafios, o TCE-RO reconheceu avanços importantes:

Laboratório sem falta de insumos
O setor mantém controle rigoroso e não registrou desabastecimento no último mês.

Postos de enfermagem mais equipados
Profissionais relataram melhorias na oferta de itens essenciais.

Limpeza e escala organizadas
Ambientes foram avaliados positivamente, com banheiros funcionando e higiene adequada. A escala de plantão estava atualizada e visível, reforçando a organização do serviço.

Próximos passos: recomendações e monitoramento contínuo

Com base nos dados coletados, o Tribunal de Contas deverá consolidar relatórios técnicos, definir medidas corretivas e acompanhar de perto o cumprimento das recomendações feitas aos gestores. A prioridade é reduzir riscos assistenciais, garantir infraestrutura mínima e assegurar que o dinheiro público aplicado na saúde gere resultados concretos, humanizados e seguros.

A nova etapa de fiscalizações reforça a atuação do TCE-RO em defesa de serviços de saúde mais eficientes e que respeitem a dignidade de pacientes e profissionais.

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