![]() |
| Mudanças na tributação sobre consumo a partir de 2026 devem impactar preços, custos operacionais e planejamento de empresas do comércio local em Porto Velho (Foto Marcelo Gladson - Alô Rondônia) |
Porto Velho (RO) – A partir de 2026, o Brasil começa a colocar em prática uma das maiores mudanças no sistema de impostos das últimas décadas. A chamada Reforma Tributária do Consumo altera a forma como tributos sobre bens e serviços são cobrados, distribuídos e fiscalizados, com impactos diretos para empresas, estados, municípios e consumidores.
O novo modelo substitui tributos atuais como
ICMS e ISS pelo Imposto sobre
Bens e Serviços (IBS), além da criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de
competência federal. A promessa é simplificar a cobrança e reduzir distorções,
mas o caminho até lá envolve uma transição longa e tecnicamente complexa.
EMPRESAS TERÃO QUE SE ADAPTAR JÁ NO INÍCIO DE 2026
![]() |
Reforma tributária que define regras do IBS e estrutura o comitê responsável pela arrecadaçãoe distribuição do imposto - (Foto reprodução Lula Marques/ Agência Brasil) |
Para pequenos negócios, especialmente no
Simples Nacional, a reforma mantém o regime, mas altera conceitos como receita
bruta e forma de cálculo, o que exige atenção redobrada.
COMITÊ GESTOR
CONCENTRARÁ PODER SOBRE ARRECADAÇÃO
Outro ponto sensível é a criação do Comitê Gestor do IBS, órgão que ficará responsável
por administrar um imposto que hoje sustenta grande parte das finanças
estaduais e municipais.
A composição do comitê envolve
representantes dos estados e dos municípios, mas a definição das regras gerou disputas
políticas e atrasou a tramitação do projeto. Na prática, o novo órgão terá
papel central na divisão dos recursos, o que pode alterar o equilíbrio fiscal
entre regiões.
MUNICÍPIOS MENORES
PODEM ENFRENTAR DIFICULDADES
Documentos técnicos ligados à reforma
indicam que estados e prefeituras precisarão promover mudanças profundas em
leis, cadastros, sistemas digitais e estrutura administrativa.
Para municípios de pequeno e médio porte, o
desafio será duplo: cumprir exigências técnicas e arcar com os custos de
adaptação. Caso não consigam se adequar, podem enfrentar entraves no
recebimento de recursos e na fiscalização tributária.
O QUE AINDA NÃO ESTÁ
CLARO
Apesar do avanço da regulamentação, pontos
importantes seguem em aberto:
Como a reforma afetará preços
ao consumidor final
Se haverá aumento de carga
tributária em determinados setores
Como será o impacto real na
arrecadação de municípios menores
Se a promessa de simplificação
compensará o custo da transição
ENTRE PROMESSA E
EXECUÇÃO
A reforma tributária é apresentada como
solução para problemas históricos do sistema de impostos brasileiro. No
entanto, sua eficácia dependerá menos do discurso oficial e mais da capacidade
de execução, transparência e adaptação dos entes públicos e privados.
Para a população, o desafio será acompanhar de perto as mudanças e entender como elas se refletem no bolso, nos serviços públicos e no funcionamento da economia local.


0 Comentários