MPRO denuncia 12 investigados por fraude milionária na compra de testes de Covid-19 em RO

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MPRO denuncia 12 investigados por fraude milionária na compra de testes de Covid-19 em RO

Operação Polígrafo revelou fraudes na compra de testes durante a pandemia em Rondônia – Foto: Marcelo Gladson (Alô Rondônia)

Porto Velho, Rondônia - O Ministério Público de Rondônia (MPRO) denunciou 12 pessoas por participação em um esquema de fraude na compra de 100 mil testes rápidos para detecção da Covid-19, adquiridos sem registro da Anvisa e com indícios de superfaturamento durante a pandemia.

Esquema de R$ 10,5 milhões ocorreu entre 2020 e 2021

De acordo com a denúncia, apresentada à Justiça nesta terça-feira (9/12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as irregularidades ocorreram entre março de 2020 e janeiro de 2021, período crítico da crise sanitária.

Os testes foram adquiridos por meio de Dispensa de Licitação no valor total de R$ 10,5 milhões, utilizando recursos destinados ao enfrentamento da pandemia. Parte desse montante, segundo o MPRO, teria sido desviada por meio de superfaturamento, direcionamento e entrega de produtos irregulares.

Denunciados incluem ex-secretário adjunto e cônsul honorário

Entre os 12 denunciados estão:
  • O então Secretário Adjunto de Saúde do Estado;
  • O Gerente Administrativo da Sesau;
  • Integrantes de duas empresas contratadas;
  • O então Cônsul Honorário da Índia, apontado como articulador do fornecimento dos testes irregulares.
As investigações indicam que o grupo fraudou procedimentos administrativos, direcionando contratos para fornecedores específicos e excluindo concorrentes aptos.

Testes chegaram sem registro sanitário

O MPRO afirma que os 100 mil testes adquiridos não possuíam registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), requisito obrigatório para comercialização no Brasil.

Além disso, o material entregue não atendia às características técnicas contratadas, resultando na acusação de fraude em contrato público e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos.

Crimes denunciados

Os envolvidos responderão por uma série de crimes, entre eles:

Contra a Administração Pública
  • Fraude em licitação;
  • Direcionamento e superfaturamento;
  • Tráfico de influência;
Contra a Saúde Pública
  • Falsificação e adulteração de produtos terapêuticos;
  • Importação de insumos sem registro sanitário;
Contra a Fé Pública
  • Falsificação e uso de documentos;
  • Falsidade ideológica;
  • Falso testemunho.
Todos também foram denunciados por associação criminosa e fraude processual.

MP pede ressarcimento e perda de cargos públicos

O Ministério Público solicitou ao Judiciário:
  • Ressarcimento superior a R$ 2,2 milhões ao erário;
  • Indenização por dano moral coletivo;
  • Perda de função pública dos servidores envolvidos;
  • Manutenção do bloqueio de bens para garantir devolução dos valores desviados.
Próximos passos do processo

Com o protocolo da denúncia, caberá ao Poder Judiciário decidir pelo recebimento da ação penal. Caso seja recebida, os acusados serão citados para apresentar defesa prévia, seguindo para a fase de instrução, com produção de provas e oitiva de testemunhas.

O MPRO reforça que a atuação do Gaeco é parte do compromisso institucional de proteger os recursos destinados à saúde, especialmente durante a pandemia, quando decisões administrativas poderiam representar diretamente a preservação de vidas.
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