Realidade dentro do hospital expõe crise estrutural ignorada pelo governo estadual - Foto: Reprodução (Alô Rondônia)
Porto Velho, Rondônia - A narrativa do Governo de Rondônia sobre a suposta normalização do atendimento no Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II caiu por terra nesta quarta-feira (17). Em fiscalização presencial, o deputado federal Rafael o Fera (Podemos) encontrou exatamente o que a assessoria do governador Marcos Rocha (UB) vinha negando: pacientes espalhados pelos corredores, macas improvisadas e pessoas deitadas no chão aguardando atendimento médico.
O cenário exposto revela uma dura contradição entre o discurso institucional e a realidade enfrentada diariamente pela população que depende da principal unidade de urgência e emergência do estado.
Superlotação, abandono e desorganização
Durante a vistoria, o parlamentar constatou superlotação generalizada, falta de profissionais e um ambiente que beira a desumanidade. Segundo ele, em alguns setores havia apenas um médico responsável por dezenas de pacientes, tornando impossível um atendimento digno e seguro.
A situação expõe não apenas falhas pontuais, mas um problema estrutural crônico, ignorado sucessivamente pela gestão estadual, apesar dos constantes anúncios de investimentos milionários na área da saúde.
Pacientes no chão e servidores no limite
Além do sofrimento imposto aos pacientes, a fiscalização evidenciou condições insalubres de trabalho para os profissionais da saúde, que atuam sob pressão extrema, sem estrutura adequada e com sobrecarga constante.
Pacientes debilitados aguardavam atendimento em locais improvisados, muitos sem qualquer privacidade ou conforto mínimo, em um ambiente incompatível com os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fiscalização interrompida e protesto simbólico
Outro ponto grave denunciado foi o impedimento da continuidade da fiscalização dentro da unidade, o que levanta questionamentos sobre a transparência da gestão hospitalar e do próprio governo estadual.
Em protesto, Rafael o Fera levou ao local uma estátua representando o governador Marcos Rocha, cobrando que o chefe do Executivo compareça pessoalmente ao hospital para encarar a realidade que a população enfrenta.
“O que vimos aqui não é exceção, é regra. O João Paulo II virou símbolo do descaso com a saúde pública em Rondônia”, afirmou o deputado.
Denúncias escancaram crise na saúde estadual
Entre os problemas constatados estão:
- Pacientes acomodados em corredores e no chão;
- Uso de macas improvisadas;
- Falta de médicos e longa espera por atendimento;
- Ambiente insalubre para pacientes e servidores;
- Tentativa de restringir fiscalização parlamentar;
- Ausência de melhorias estruturais visíveis.
Silêncio do governo reforça críticas
Até o fechamento desta reportagem, o Governo do Estado não apresentou qualquer explicação oficial sobre as denúncias. O silêncio diante das imagens e relatos apenas reforça a percepção de descompromisso com a saúde pública, enquanto milhares de rondonienses seguem dependendo de um sistema em colapso.
0 Comentários