Porto Velho, Rondônia - Uma onda de exonerações sacudiu o Governo de Rondônia nesta quinta-feira (12). Centenas de servidores comissionados receberam comunicados de desligamento assinados pela Casa Civil, em meio a um processo de reestruturação política motivado pela provável mudança partidária do governador Marcos Rocha (União Brasil).
Cortes se espalham pelo governo e escancaram rearranjo político
As mensagens enviadas aos servidores têm o mesmo tom burocrático: informam a exoneração a partir de 15 de dezembro, com publicação no Diário Oficial. Apesar do texto formal, o impacto foi imediato — gabinetes apreensivos, corredores silenciosos e um ambiente tenso no Palácio Rio Madeira.
A movimentação ocorre após Marcos Rocha indicar que deve deixar o União Brasil para se filiar a outra sigla. Naturalmente, a troca de partido abre espaço para novos aliados e exige a entrega de cargos em volume proporcional ao peso político dos novos apoiadores.
Desta vez, no entanto, o movimento é amplo: centenas de comissionados, inclusive em setores estratégicos, receberam aviso de desligamento. O governo entrou em modo de redistribuição total de forças.
O dilema de Rocha: renunciar para disputar o Senado ou cumprir o mandato?
Dentro do núcleo político, Marcos Rocha enfrenta um dos dilemas mais sensíveis de sua carreira:
- Renunciar até 4 de abril de 2026 para concorrer a uma vaga no Senado;
- Ou manter-se no cargo até dezembro de 2026, correndo o risco de perder força política.
Nos bastidores, a segunda opção é chamada de “vegetar no poder”, expressão que se disseminou entre assessores e aliados próximos.
Pressões familiares e embates internos agravam crise
O cenário é ainda mais complexo devido à pressão familiar:
- Luana Rocha, esposa do governador, planeja disputar uma vaga para deputada federal.
- Sandro Rocha, irmão do chefe do Executivo, mira uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Além disso, parte da base governista teme uma possível renúncia, que colocaria o vice-governador Sérgio Gonçalves no comando do Estado — movimento visto com resistência pelos aliados.
O fator Sérgio Gonçalves: medo de cortes e ruptura total
A aversão ao cenário de renúncia tem nome e sobrenome: Sérgio Gonçalves.
Nos corredores, a leitura é direta: se assumir o governo, o vice deve promover cortes profundos, reestruturar pastas e romper acordos históricos. A expressão mais repetida nos bastidores é “tesoura afiada”.
A simples possibilidade de mudanças bruscas gera instabilidade e reforça a pressão para que Marcos Rocha permaneça no cargo.
Teorias conspiratórias alimentam o clima de tensão
Como em toda crise política, rumores inflamados circulam pelos bastidores. Uma narrativa — sem provas — sugere articulações para tentar prender ou cassar o vice-governador.
Embora considerada improvável, a especulação encontrou eco entre lideranças e grupos que acompanham de perto a crise. O fato de ser comentada já indica o nível de turbulência dentro do governo.
No fim, quem decide é o eleitor
As manobras políticas, os rearranjos de cargos e as tensões internas convergem para uma pergunta central:
O eleitorado aprovará o “pacote Rocha”?
- Marcos Rocha senador
- Luana Rocha deputada federal
- Sandro Rocha deputado estadual
A resposta virá das urnas — e, como se sabe, a vontade do eleitor costuma contrariar as certezas dos bastidores.
0 Comentários