Conselho Deliberativo do Sebrae RO reforça governança, mas ainda enfrenta desafios de transparência e resultados práticos

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Conselho Deliberativo do Sebrae RO reforça governança, mas ainda enfrenta desafios de transparência e resultados práticos


Membros do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae RO durante agenda institucional — Foto: Fernanda Nabôa | Alô Rondônia 

Porto Velho, Rondônia -
O Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Rondônia encerra 2025 destacando agendas institucionais e articulações políticas, mas sem apresentar de forma clara quais impactos concretos essas movimentações trouxeram para micro e pequenos empresários, público que deveria ser o principal beneficiado pelas ações da entidade.

ANO FOI MARCADO POR AGENDA INTENSA, MAS RESULTADOS AINDA CARECEM DE MENSURAÇÃO

Segundo o Sebrae, 2025 foi um ano de protagonismo institucional, com o CDE participando de debates, capacitações e reuniões com lideranças estaduais e nacionais. Apesar do volume de agendas, a instituição não detalhou de forma objetiva quais indicadores melhoraram no ambiente de negócios local como resultado direto dessa atuação.

O discurso de “fortalecimento de governança” segue presente, mas falta transparência sobre metas cumpridas, avaliação de desempenho e acompanhamento de políticas efetivas de apoio ao empreendedor.

ENCONTROS E ARTICULAÇÕES AVANÇARAM, MAS SEM DIVULGAÇÃO DE ENTREGAS MENSURÁVEIS

O CDE participou de eventos como:
  • Diálogos Municipalistas;
  • Comissão de Infraestrutura do Senado;
  • Seminário de Desenvolvimento do Cone Sul;
  • III Fórum da Piscicultura;
  • Parceria com FAPERON e SENAR; 
  • Sicoob Agroshow.
Embora esses espaços ampliem o relacionamento institucional, não houve divulgação de números que demonstrem impactos diretos na vida dos pequenos negócios — como aumento de competitividade, acesso a crédito, redução de burocracia ou ampliação de mercados.

PARTICIPAÇÃO EM AGENDA NACIONAL TEVE ENFOQUE POLÍTICO E SIMBÓLICO

A presença do Sebrae RO em eventos da Amazônia e a participação na construção da Carta da Amazônia reforçam a atuação regional. Entretanto, mais uma vez, a entidade não esclareceu como essas ações se traduziram em projetos efetivos para o empreendedor rondoniense, especialmente no interior do estado, onde carências estruturais persistem.

Por exemplo: não há dados sobre quanto a bioeconomia, a inovação ou o cooperativismo avançaram graças às articulações do CDE.

APROVAÇÃO DE NOVA UNIDADE EM PIMENTA BUENO FOI DESTAQUE, MAS GERA QUESTIONAMENTOS

A autorização do Conselho Nacional do Sebrae para construir a nova unidade de Pimenta Bueno foi apresentada como conquista do colegiado. Porém, a instituição não divulgou:
  • custo estimado da obra;
  • cronograma;
  • justificativa técnica que comprove necessidade frente a outras demandas;
  • critérios usados para priorização.
Sem essas informações, a aprovação fica restrita a um anúncio político, não a uma política pública baseada em evidências.

ANÚNCIOS SOBRE IMAGEM E MARCA NÃO SUBSTITUEM AVALIAÇÃO DE IMPACTO

O Sebrae RO comemorou um crescimento de 346% da marca em quatro anos. Mas esse dado, isoladamente, não revela se os pequenos negócios:
  • estão faturando mais;
  • estão sobrevivendo mais tempo;
  • têm acesso ampliado a crédito ou capacitação;
  • enfrentam menos burocracia;
  • conseguem competir em mercados mais amplos.
Fortalecer a “imagem institucional” é diferente de fortalecer o empreendedor.

PROJETOS ANUNCIADOS, COMO O ALICOOP, AINDA NÃO MOSTRARAM RESULTADOS

O lançamento do ALICOOP, voltado a cooperativas da sociobiodiversidade, foi apresentado como marco nacional. Entretanto, ainda não há dados públicos sobre:
  • número de cooperativas atendidas;
  • investimentos previstos;
  • metas de curto e médio prazo;
  • resultados esperados para a economia local.
Sem essas informações, a iniciativa segue mais como promessa do que como política estruturada.

CONCLUSÃO: ANO DE VISIBILIDADE, MAS AINDA COM POUCA CLAREZA SOBRE IMPACTOS

O CDE do Sebrae RO ampliou sua presença em eventos e articulações políticas, mas o desafio para 2026 é transformar agendas em resultados concretos. O setor produtivo — especialmente micro e pequenos empresários — ainda carece de informações claras sobre:
  • onde os recursos são aplicados;
  • quais políticas funcionam;
  • o que deve melhorar;
  • e como os resultados são medidos.
Sem esses elementos, fortalecer governança é apenas um discurso — não uma entrega.
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