Brasil encerra monitoramento emergencial após estabilização de casos de intoxicação por metanol

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Brasil encerra monitoramento emergencial após estabilização de casos de intoxicação por metanol

Autoridades monitoraram casos e coordenaram ações de fiscalização durante o surto de intoxicação por metanol - (Foto: Divulgação/Agência gov)

Com dez dias sem novos registros, país volta ao fluxo rotineiro de vigilância, mantendo antídotos distribuídos e ações de fiscalização ativas.

Porto Velho, Rondônia - Após um período de rápida resposta e mobilização nacional, o Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (8), o encerramento da Sala de Situação destinada ao monitoramento da intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas. A decisão foi tomada após dez dias sem novos casos confirmados e diante da estabilidade epidemiológica observada em todo o País.

Redução de casos encerra fase crítica

A Sala de Situação havia sido criada em 1º de outubro, logo após o aumento de intoxicações registradas desde o fim de setembro. O último caso confirmado remonta ao dia 23 de novembro, com notificação oficial no dia 26.

O ministério informou que todos os estados estão devidamente abastecidos com antídotos — como fomepizol e etanol em formulação clínica — além do estoque estratégico de 2,6 mil ampolas mantido pelo governo federal. A partir de agora, o acompanhamento retorna ao fluxo regular do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a capacidade de resposta permaneceu ativa durante todo o período.

“O país respondeu de forma rápida, coordenada e eficaz. Mesmo com o encerramento da Sala de Situação, seguimos atentos e preparados. A vigilância continua sem qualquer interrupção”, declarou.

Atuação integrada acelerou resposta nacional

Durante os dois meses de funcionamento, equipes técnicas monitoraram dados de todos os estados, permitindo orientar atendimentos, distribuir medicamentos e coordenar ações de combate à circulação de bebidas adulteradas.

A iniciativa envolveu entidades como Anvisa, Fiocruz, Conass, Conasems, Opas, além do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), responsáveis por investigações e operações de repressão.

No período crítico, foram repassadas aos estados 1.500 ampolas de fomepizol e 4.806 unidades de etanol. A distribuição priorizou regiões com maior concentração de casos, especialmente São Paulo e Pernambuco.

Ações de fiscalização e investigações

Para impedir a circulação de bebidas adulteradas, órgãos federais intensificaram operações em várias regiões do país: 

Operação Alquimia (PF)
Mirou 24 empresas do setor sucroalcooleiro e distribuidoras de metanol em cinco estados. As amostras apreendidas estão sob análise do Instituto Nacional de Criminalística.

Operação Fronteira (Receita Federal)
Apreendeu 215 mil litros de bebidas alcoólicas irregulares em depósitos clandestinos no Ceará e Paraná, além de insumos usados na adulteração.

Fiscalização do MAPA
Entre 29 de setembro e 27 de novembro, foram apreendidos 793 mil litros de bebidas irregulares, avaliados em R$ 11,8 milhões, além do fechamento cautelar de 22 estabelecimentos.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou a gravidade da situação e a atuação integrada:

“Determinamos apuração imediata de todas as ocorrências. A estabilidade alcançada é resultado do esforço conjunto de todas as frentes envolvidas.”

Cenário epidemiológico

Entre 26 de setembro e 5 de dezembro de 2025, foram registradas 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol: 73 confirmadas29 suspeitas788 descartadas

Estados com mais confirmações: 
  • São Paulo – 50
  • Pernambuco – 8
  • Paraná – 6
  • Mato Grosso – 6
  • Bahia – 2
  • Rio Grande do Sul – 1

Óbitos:
  • 22 mortes confirmadas, sendo:10 em SP
  • 5 em PE
  • 3 no PR
  • 3 em MT
  • 1 na BA
  • Outros nove óbitos seguem em investigação.
A maioria dos casos está relacionada à ingestão de bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica e potencialmente letal.

Com o encerramento da Sala de Situação e a estabilização dos registros, o Brasil entra em uma nova fase no enfrentamento às intoxicações por metanol. A vigilância, porém, permanece ativa, e o Ministério da Saúde reforça a importância da denúncia de produtos suspeitos e do consumo responsável. As investigações seguem em andamento para rastrear a origem das bebidas adulteradas e responsabilizar os envolvidos.
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