Porto Velho, RO — Viola Fletcher tinha apenas uma criança em 1921 quando viveu uma das páginas mais brutais da história norte-americana: o ataque de centenas de homens brancos ao bairro negro de Greenwood, em Tulsa, Oklahoma. O episódio, conhecido como Massacre de Tulsa, destruiu uma das comunidades negras mais prósperas do país, apelidada de Black Wall Street.
Segundo historiadores, até 300 afro-americanos foram assassinados durante os dois dias de violência, em 31 de maio e 1º de junho de 1921. O massacre começou após rumores de que um jovem negro teria agredido uma mulher branca, dando início a um confronto no tribunal local. A tensão rapidamente evoluiu para um ataque armado, incêndios e destruição total do bairro.
Em comunicado, o prefeito Monroe Nichols lamentou a morte de Fletcher:
“Hoje, nossa cidade lamenta a perda da Mãe Viola Fletcher, uma sobrevivente de um dos capítulos mais sombrios da história de nossa cidade”, declarou. Ele destacou que Fletcher “carregava 111 anos de verdade, resiliência e graça, e era uma recordação de quão longe chegamos e de quão longe ainda precisamos ir”.
Ao longo da vida, Fletcher enfrentou pobreza, abandonou os estudos ainda no ensino fundamental e relatou ter “vivido o massacre todos os dias” durante o último século. Sua trajetória contribuiu para que o tema voltasse ao debate nacional nos EUA, sobretudo na luta por reparação histórica.
Com sua morte, resta apenas Lessie Evelyn Benningfield, também com 111 anos — cerca de seis meses mais jovem — como última sobrevivente conhecida do massacre.
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