Projeto de manejo garante retirada controlada do pirarucu e reforça renda das famílias extrativistas - Foto reprodução.
Projeto desenvolvido na Resex Rio Cautário fortalece conservação e renda de comunidades ribeirinhas
Porto Velho, RO – Rondônia levou à COP30, na ultima quinta-feira (13), uma das iniciativas mais bem avaliadas do Estado na área ambiental: o modelo de manejo sustentável do pirarucu (Arapaima gigas) desenvolvido na Reserva Extrativista Estadual Rio Cautário, em Costa Marques. A experiência foi apresentada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) como exemplo de política pública que une conservação, pesquisa científica e geração de renda.
O projeto envolve pescadores organizados, monitoramento técnico e apoio institucional, reforçando práticas que seguem ganhando visibilidade nacional e internacional.
Resultados do manejo em 2025
Somente nas duas etapas do manejo realizadas este ano, foram retirados 415 peixes, totalizando 22,8 toneladas de pescado. O trabalho garantiu renda média de R$ 5.356,00 por pescador ao longo de 40 dias de atividade — resultado direto da captura controlada da espécie considerada invasora na região.
A ação é realizada em parceria com a Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé (Aguapé), Universidade Federal de Rondônia (Unir) e ICMBio. Para viabilizar a comercialização, foi firmado acordo com um frigorífico local, responsável pelo congelamento e padronização do pescado.
Desenvolvimento aliado à conservação
Além de proteger o ecossistema local, o manejo do pirarucu invasor fortalece o sustento das famílias ribeirinhas. A iniciativa demonstra que é possível conciliar responsabilidade ambiental com desenvolvimento socioeconômico, ampliando oportunidades em regiões extrativistas.
Especialistas do ICMBio reconhecem o modelo aplicado no Rio Cautário como um dos projetos-piloto mais eficientes do país no enfrentamento a espécies exóticas invasoras.
Relatórios recentes posicionam Rondônia entre os estados que mais avançaram em políticas ambientais voltadas ao controle de fauna invasora e à pesca sustentável.
Reconhecimento internacional
A apresentação ocorreu no painel “Soluções Amazônicas para o Clima: Pesca e Aquicultura como Soluções Baseadas na Natureza”, no Pavilhão do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), dentro da Casa da Agricultura Sustentável das Américas.
A exposição na COP30 reforça o papel do Estado como referência em iniciativas que aliam segurança alimentar, conservação ambiental e protagonismo comunitário.
Para o secretário da Sedam, Marco Antonio Lagos, o manejo do pirarucu reúne os elementos essenciais de um programa sustentável: organização comunitária, conhecimento tradicional e suporte técnico.
“É um trabalho que protege o ambiente, valoriza o saber das comunidades e gera novas perspectivas econômicas. A remoção da espécie invasora reduz impactos sobre peixes nativos e, ao mesmo tempo, fortalece a renda das famílias”, destacou.

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