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MPRO investiga uso irregular da Unidade de Saúde Vila da Penha para atividade comercial - Foto: Marcelo Gladson
Investigação busca identificar servidores responsáveis por permitir atividade comercial sem autorização pública.
Porto Velho, RO - O Ministério Público de Rondônia instaurou, na última quarta-feira (19), uma notícia de fato para apurar o uso irregular da Unidade de Saúde Vila da Penha, no distrito de Abunã, onde empresas privadas teriam realizado consultas oftalmológicas e venda de óculos sem autorização do poder público. O caso envolve possíveis práticas ilícitas e uso indevido do espaço público.
Segundo informações encaminhadas à 12ª Promotoria de Justiça, duas empresas teriam utilizado a unidade de forma indevida para cobrar consultas e vender óculos a moradores em situação de vulnerabilidade. As atividades ocorreram em um sábado e não possuem registro de contrato, autorização da Prefeitura ou qualquer forma de vínculo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
Três testemunhas já prestaram depoimento ao Ministério Público e confirmaram a realização das consultas e comércio de produtos dentro da unidade. Documentos anexados à investigação incluem recibos, comprovantes de pagamento em cartão e boletim de ocorrência que aponta indícios de comercialização casada entre consulta e venda de óculos.
MP apura possível participação de servidores
Os registros recebidos pela Promotoria indicam possível envolvimento de servidores públicos na cedência do espaço para fins privados. A investigação avaliará eventuais responsabilidades civis, criminais e administrativas, além de acompanhar as providências que deverão ser adotadas pela Semusa para regularizar o funcionamento da unidade.
A Promotora de Justiça responsável afirmou que o acompanhamento busca garantir que a Unidade de Saúde Vila da Penha volte a operar em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde. O Ministério Público reforça que o espaço deve ser utilizado exclusivamente para atendimento aos usuários do SUS.
Especialistas em gestão pública apontam que a cessão irregular de prédios públicos para atividade comercial configura violação administrativa e, em alguns casos, crime contra a administração. Eles destacam a necessidade de fortalecer os mecanismos de controle e fiscalização para evitar que situações semelhantes ocorram.
A Unidade Básica de Saúde Vila da Penha funciona regularmente de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, conforme a Semusa. A notícia de fato segue em fase preliminar sob o número 2025.0001.012.55903, enquanto o MPRO aguarda novas informações antes de decidir pela abertura ou não de inquérito civil ou procedimento investigatório criminal.
O Ministério Público continuará acompanhando o caso e deve emitir recomendações ou adotar medidas legais caso sejam confirmadas irregularidades na cessão do espaço público e na atuação dos envolvidos. A investigação está em andamento.
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