Porto Velho, RO – O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), descartou nesta sexta-feira (22) qualquer possibilidade de cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. A dúvida ganhou força após o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anular três questões do exame, depois que conteúdos semelhantes foram exibidos em uma live dias antes da prova.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Camilo Santana afirmou que a decisão foi “técnica e preventiva”, adotada para garantir isonomia entre os candidatos. “A comissão do Inep tomou a decisão de cancelar três itens com o único objetivo de prevenção e para não prejudicar nenhum aluno que fez o Enem este ano”, declarou. Ele também reforçou que o exame segue válido: “Quero tranquilizar e dizer que o Enem continua. Os dois gabaritos já foram divulgados e o resultado será publicado em janeiro do próximo ano”.
Suspeita de vazamento
A polêmica começou após a revelação de que, cinco dias antes da aplicação das provas de matemática e ciências da natureza, uma transmissão no YouTube exibiu ao menos cinco questões muito semelhantes às que apareceriam no Enem. A live foi realizada por Edcley Teixeira, que se apresentou como estudante de Medicina e consultor educacional.
Teixeira afirmou ter participado do Prêmio Capes Talento Universitário, a convite do Ministério da Educação, e que as perguntas discutidas no evento se aproximariam do formato do Enem — argumento que levantou suspeitas entre estudantes e especialistas.
Segundo a Polícia Federal, medidas emergenciais foram adotadas, incluindo preservação do conteúdo publicado, solicitação de registros técnicos às plataformas responsáveis e abertura de inquérito para apurar possível crime.
Reação dos estudantes
Com o anúncio da anulação das questões, candidatos foram às redes sociais para cobrar a anulação completa da prova. Eles alegam que quem teve acesso ao conteúdo antecipado estaria em vantagem competitiva, já que teria mais tempo para refletir sobre questões semelhantes.
Além disso, estudantes afirmam que a retirada apenas de três itens pode causar distorções na Teoria de Resposta ao Item (TRI), método de correção utilizado pelo Enem. A TRI pontua os acertos qualitativamente, avaliando coerência e dificuldade de cada questão — mecanismo capaz de detectar chutes e garantir maior precisão nas notas.
Apesar da pressão, o MEC mantém a posição de que o exame continuará válido e que os ajustes já feitos garantem a lisura do processo.
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