| Governo israelense fala em retaliação a violação de cessar-fogo; grupo palestino nega e acusa Tel Aviv de romper trégua mediada pelos EUA |
Porto Velho, Rondônia — O governo de Israel determinou nesta terça-feira (28) a retomada imediata dos bombardeios contra a Faixa de Gaza, após duas semanas de cessar-fogo. A ordem partiu diretamente do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que pediu às Forças de Defesa de Israel (FDI) que executem “ataques poderosos” ao território palestino.
Segundo um comandante israelense, a ação seria uma resposta a disparos feitos por combatentes do Hamas contra tropas israelenses ainda posicionadas em Gaza — o que, segundo Tel Aviv, configuraria uma violação do acordo.
O Hamas negou a acusação e afirmou que foi Israel quem rompeu a trégua, ao atacar primeiro. Em retaliação, o grupo declarou que suspenderá a devolução do corpo de um refém morto, prevista para ocorrer ainda nesta terça-feira, um dos compromissos firmados no pacto mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trégua sob tensão
O cessar-fogo estava em vigor desde 10 de outubro, após negociações que previam:
- Interrupção dos ataques israelenses em Gaza;
- Devolução de 28 corpos de reféns mortos em cativeiro pelo Hamas;
- Entrega de 20 sequestrados vivos, já realizada nos dias seguintes à trégua.
Esta é a segunda violação registrada desde a assinatura do acordo. No dia 19 de outubro, Israel também havia bombardeado o sul de Gaza sob alegação semelhante de descumprimento, mas o cessar-fogo foi restabelecido no mesmo dia.
Declaração de Netanyahu
“Após as consultas de segurança, o primeiro-ministro Netanyahu instruiu o escalão militar a realizar imediatamente ataques poderosos na Faixa de Gaza”, diz o comunicado do governo israelense.
Fontes em Tel Aviv afirmam ainda que o Hamas devolveu restos mortais de um refém já identificado anteriormente por Israel, o que teria agravado a crise diplomática.
Conflito em números
A guerra entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando militantes palestinos invadiram o território israelense, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 200 reféns. Desde então, os bombardeios israelenses em Gaza já deixaram mais de 65 mil mortos, segundo o governo local, controlado pelo Hamas.
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