Governo do RJ confirma 121 mortos em megaoperação nos complexos do Alemão e Penha

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Governo do RJ confirma 121 mortos em megaoperação nos complexos do Alemão e Penha



Moradores afirmam ter encontrado mais de 70 corpos na mata — números oficiais divergem — e operação mobilizou 2.500 agentes de segurança

Porto Velho, Rondônia — O governo do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira (29) que 121 pessoas morreram durante a megaoperação realizada na terça-feira (28) nos complexos do Complexo do Alemão e da Complexo da Penha, na Zona Norte da capital. Do total, 117 eram suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, e 4 eram policiais mortos em ação.

Moradores da comunidade afirmaram que ao menos 74 corpos foram encontrados durante a madrugada desta quarta-feira na mata da região, e transportados por eles até a praça São Lucas. A Polícia Civil, no entanto, informou que foram 63 corpos achados na mata.

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Números e divergências
  • O balanço inicial divulgado pelo governo na terça-feira indicava 64 mortos (4 policiais e 60 suspeitos).
  • Na manhã desta quarta, o governador Cláudio Castro confirmou oficialmente 58 mortos, sendo 54 suspeitos.
  • Posteriormente, o número foi atualizado para os 121 mortos, conforme nova contagem da segurança pública.
  • Entre os detidos, foram 113 presos, entre eles 33 de outros estados (Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco).
Como ocorreu a operação

A ação, considerada a mais letal da história do estado, envolveu cerca de 2.500 agentes das forças de segurança e cumpriu centenas de mandados de prisão contra a facção Comando Vermelho.
Durante a operação foram apreendidos blindados, drones com explosivos, além de intenso confronto armado na mata da Serra da Misericórdia. A Polícia Militar relatou ter criado um “muro do BOPE” para empurrar criminosos da região urbana para a área de mata, onde equipes especializadas aguardavam.

Impacto nas comunidades

Moradores relataram cenas de tragédia e surpresa. Um dos ativistas, Raull Santiago, disse:

“Em 36 anos de favela (…) nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. Brutal e violento num nível desconhecido.”

Corpos foram deixados sem camisa em praça pública para reconhecimento familiar, com destaque para tatuagens, cicatrizes ou marcas de nascença — procedimento alternativo dado o volume de vítimas não identificadas. Crianças, mulheres e idosos ficaram sob risco durante bloqueios e confrontos.

Haverá perícia para verificar se todos os corpos encontrados estão ligados à operação. O atendimento aos familiares será realizado no prédio do Detran‑RJ, próximo ao Instituto Médico-Legal (IML), a partir das 8h.
Autoridades afirmam que o combate à facção continuará, mas famílias e organizações de direitos humanos cobram esclarecimento dos números divergentes e garantia de direitos para moradores da região.
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