| Mudança no cenário das exportações reflete nova rota comercial e valorização do café nacional no mercado global - Foto: Reprodução |
Porto Velho, Rondônia - O mercado mundial de café passa por uma reconfiguração nas exportações brasileiras. De acordo com o relatório de setembro do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a Alemanha assumiu a liderança como maior compradora do produto, ultrapassando os Estados Unidos, que reduziram significativamente as importações após o aumento de tarifas sobre o café nacional.
Entre as surpresas do período está o crescimento expressivo das compras da Colômbia, que ampliou em 567% a aquisição de café brasileiro em relação ao mesmo mês de 2024 — um marco relevante, considerando que o país é tradicionalmente concorrente na produção da espécie arábica.
Novo mapa das exportações
Em setembro, o Brasil exportou 3,75 milhões de sacas de 60 kg, volume 18,4% menor que o registrado no mesmo mês do ano anterior. Apesar da redução, a receita cambial cresceu 11,1%, alcançando US$ 1,37 bilhão, impulsionada pela valorização do produto no mercado internacional.
A espécie Coffea arabica respondeu por 79% do volume total exportado, o Coffea canephora (conilon e robusta) representou 13%, e o café solúvel, 8%.
Entre os principais destinos, o ranking de setembro foi o seguinte:
- Alemanha – 654,6 mil sacas (17,5% do total
- Itália – 334,6 mil sacas (8,9%)
- Estados Unidos – 332,8 mil sacas (8,9%)
- Japão – 219 mil sacas (5,8%)
- Bélgica – 185,1 mil sacas (4,9%)
- Holanda – 150,9 mil sacas (4,3%)
- Turquia – 150 mil sacas (4%)
- Espanha – 142,3 mil sacas (3,8%)
- Colômbia – 107,2 mil sacas (2,9%)
- Canadá – 106,9 mil sacas (2,9%)
Colômbia e cafés diferenciados em destaque
O salto colombiano foi o mais expressivo do levantamento: 567,66% de aumento em setembro e 42,6% no acumulado de janeiro a setembro, em relação a 2024. O desempenho coloca o país entre os dez maiores compradores de café brasileiro, reforçando a crescente integração entre mercados produtores.
Os cafés diferenciados — produtos com qualidade superior ou certificados por práticas sustentáveis — também tiveram bom desempenho. Entre janeiro e setembro, somaram 5,91 milhões de sacas exportadas, o equivalente a 20,3% das vendas totais, com receita de US$ 2,51 bilhões.
Os Estados Unidos seguem na liderança das importações desse segmento (987,5 mil sacas), seguidos por Alemanha (825,6 mil) e Bélgica (667,8 mil).
Tendências e desafios
Segundo o Cecafé, a mudança na configuração das exportações reflete a diversificação de mercados e o fortalecimento do café brasileiro como referência de qualidade, mesmo diante de variações tarifárias e logísticas.
Especialistas apontam que a busca por sustentabilidade e certificações de origem deve continuar impulsionando a demanda por cafés premium, especialmente na Europa e na Ásia.
A assessiria de Comunicação da Embrapa / Cecafé
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