Aprender não tem idade: idosos redescobrem a vida através da educação no CCI

Novidades

6/recent/ticker-posts

Aprender não tem idade: idosos redescobrem a vida através da educação no CCI

 

No Centro de Convivência do Idoso, o estudo se transforma em inclusão, autoestima e novas amizades


Porto Velho, Rondônia - Aos 80 anos, o aposentado Sebastião Marinho, morador do bairro São Francisco, vive uma experiência inédita: pela primeira vez, frequenta uma sala de aula.
“Aposentado, não consigo mais emprego. Então aqui eu aprendo, ganho amigos, e aqui a vida é outra. Nunca estudei, mas hoje aprendo a fazer cálculos, a ler. Aqui eu aprendo e ensino também”, conta, emocionado.

A história de Sebastião se soma à de outros 36 idosos que, duas vezes por semana, se reúnem no Centro de Convivência do Idoso (CCI), no bairro Tiradentes, para aprender a ler, escrever, fazer contas e até lidar com a tecnologia. O projeto, realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sindicato dos Produtores Rurais de Porto Velho, vai além da alfabetização: é um resgate de autoestima e de sonhos.

Educação como inclusão

Segundo a professora Vanessa Carvalho, ensinar idosos tem sido uma das experiências mais marcantes de sua carreira.
“Na minha área, sempre trabalhei com o público rural. Aqui no CCI estou fazendo inclusão. Eles aprendem a ler uma bula de remédio, entender uma receita de bolo, fazer cálculos básicos para não errar no troco e até usar o celular. Isso melhora a mente, a socialização, a autonomia e, acima de tudo, a autoestima”, explica.

Impacto além da sala de aula

Para a coordenadora do CCI, Sabrina Bianca, a educação na terceira idade é um presente diário.
“O impacto é tudo de bom. Eles chegam aqui e sentem leveza, alegria. Muitos relatam que, na terceira idade, estão finalmente se realizando. O ambiente de convivência e aprendizado é transformador”, afirma.

A procura pelas aulas cresceu tanto que já há turmas no período da manhã. A cada encontro, além do aprendizado, os alunos compartilham histórias de vida, conquistas e novas amizades.

Viver é aprender sempre

Entre os alunos está também Sónia Helena, 66 anos, moradora do Jardim Santana, que fala com brilho nos olhos:
“É gratificante. Conhecemos outros caminhos, fazemos amizades, convivemos. Aqui não perdemos nada, só conquistamos. Saímos de casa para encontrar felicidade. A professora é maravilhosa e a gente só tem a ganhar.”

O CCI mostra que o envelhecimento pode – e deve – ser ativo, marcado por novas descobertas e oportunidades. Estudar na terceira idade não é apenas aprender a ler e escrever, mas fortalecer a memória, estimular a saúde mental, prevenir doenças cognitivas, cultivar a autonomia digital e, acima de tudo, viver a vida em sua plenitude.

 Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) | Fotos: Jhon Silva

Reactions

Postar um comentário

0 Comentários