Foto de arquivo: a deputada federal Carla Zambelli (PL- SP) participa uma coletiva de imprensa na sede do PL em São Paulo — Foto: NINO CIRENZA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Porto Velho, Rondônia – A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida da Justiça brasileira, compareceu nesta quarta-feira (13) ao Tribunal de Apelações de Roma para uma audiência que poderia definir se ela aguardaria em liberdade o julgamento de seu processo de extradição para o Brasil.
Pouco antes do início da sessão, Zambelli informou estar passando mal. Uma médica foi chamada para atendê-la no próprio tribunal, mas o juiz responsável decidiu solicitar uma perícia médica oficial e remarcou a audiência para 27 de agosto. Com isso, a parlamentar seguirá detida até a nova data.
Defesa e argumentação jurídica
Os advogados de Zambelli alegam que o estado de saúde da cliente justifica sua soltura e apresentaram um novo pedido de liberdade ao magistrado, sustentando que o governo brasileiro não formalizou um pedido de prisão preventiva.
Contudo, a Corte Suprema da Itália já se manifestou que a inclusão na lista de alerta vermelho da Interpol equivale a um mandado de prisão internacional. O Tratado de Extradição entre Brasil e Itália, em seu artigo 13, inciso 2, também prevê que esse tipo de alerta seja equiparado a medidas cautelares de prisão.
Histórico do caso
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação articulada com o hacker Walter Delgatti Neto. Poucos dias após a sentença, deixou o Brasil e informou estar na Itália.
O ministro Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão preventiva, e a parlamentar foi detida em território italiano no fim de julho. Desde então, a Justiça italiana analisa o pedido de extradição formulado pelo Brasil.
Atuação nas redes sociais
Apesar de ter suas contas oficiais suspensas por ordem do STF em 4 de junho, Zambelli mantém atividade política por meio de um perfil alternativo no Instagram, criado em maio de 2025. O primeiro post foi publicado em 13 de junho, cerca de 10 dias após a remoção de suas páginas originais, e atualmente o perfil acumula cerca de 4,6 mil seguidores.
Nesse espaço, a deputada comenta temas da política nacional, critica o Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes, e interage com apoiadores. Em vídeo recente, classificou como “Taxa Moraes” o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos e acusou Moraes de agir como “ditador”.
Além do Instagram, Zambelli também publica textos na plataforma Substack, onde chama sua situação de “exílio” e reforça críticas ao STF. O conteúdo inclui colaborações com a mãe, Rita Zambelli, que também aparece em vídeos manifestando apoio à filha.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados avalia um processo que pode resultar na perda do mandato parlamentar de Zambelli. Até a decisão da Justiça italiana, ela continuará sob custódia em Roma.
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