Entre os renomados telescópios, como o Very Large Telescope (VLT), Hubble e James Webb, o novo observatório atrai atenção especial devido às suas características inovadoras. // Reprodução

Porto Velho, Rondônia - O recém-inaugurado Observatório Vera Rubin, localizado no Cerro Pachón, Chile, apresenta suas primeiras imagens e promete revolucionar a forma como os astrônomos observam o universo.

Embora não tenha a capacidade de olhar tão longe no tempo quanto o Telescópio James Webb, o Vera Rubin possui habilidades únicas que o diferenciam de outras ferramentas de observação.

Entre os renomados telescópios, como o Very Large Telescope (VLT), Hubble e James Webb, o novo observatório atrai atenção especial devido às suas características inovadoras.

Com uma altitude de 2.700 metros, este telescópio é um projeto financiado pela National Science Foundation dos EUA e pelo Departamento de Energia Americano, com a missão de mapear o céu do hemisfério sul ao longo de uma década.

Potencialidades do Vera Rubin

Os cientistas estão otimistas quanto às potencialidades do Vera Rubin. O observatório visa decifrar a composição da matéria escura e da energia escura, elementos que juntos representam cerca de 95% do universo.

Além disso, o telescópio se dedicará à identificação de fenômenos celestes variáveis, à cartografia da Via Láctea e à criação do inventário mais preciso do nosso sistema solar. Uma das questões que deverá ser explorada é a possível existência de um planeta desconhecido além de Netuno e Plutão.

A grande pergunta que se levanta é: é necessário mais um grande telescópio com um custo superior a um bilhão de dólares? Seria possível obter essas informações com as ferramentas já disponíveis?

Características únicas dos telescópios

Cada telescópio possui características singulares. A localização é um fator crucial: telescópios espaciais como Hubble, James Webb e Euclid não enfrentam as distorções causadas pela atmosfera terrestre, enquanto telescópios terrestres costumam ser mais econômicos e podem ser atualizados.

A diferença no diâmetro dos espelhos também é vital; espelhos maiores oferecem maior capacidade de resolução e coleta de luz, permitindo visões mais profundas do cosmos.

Além disso, os telescópios operam em diferentes faixas de comprimento de onda. O VLT e o Hubble capturam luz visível e infravermelha próxima, enquanto o James Webb analisa comprimentos de onda mais longos no infravermelho médio.

Essa capacidade permite que ele identifique galáxias distantes cujo brilho é esticado pela expansão do universo.

Mapeamento rápido do céu

Com um espelho de 8,4 metros, o Vera Rubin está entre os dez maiores telescópios ópticos do mundo.

Sua principal vantagem reside na capacidade de mapear rapidamente vastas áreas do céu. Em uma única observação, ele captura uma região equivalente à área de 45 luas cheias, resultando em um campo visual 3.600 vezes maior que o do James Webb.

Essa ampla cobertura deve-se a um sistema óptico sofisticado aliado à maior câmera digital já construída, com 3,2 bilhões de pixels e capacidade para gerar 20 terabytes de dados por noite—equivalente a 5.000 horas de filme em qualidade Full HD.

A velocidade também é um diferencial: após uma exposição de apenas 30 segundos, o telescópio pode reposicionar-se para observar uma nova área em apenas cinco segundos. Com isso, em três dias será capaz de mapear todo o céu do hemisfério sul, repetindo esse ciclo continuamente durante sua operação.

Fonte: O Antagonista