
Porto Velho, Rondônia - O governo francês está em vias de distribuir um manual abrangente destinado à população, abordando práticas recomendadas para enfrentar diversas situações de crise, que vão desde acidentes industriais e desastres climáticos até conflitos armados.
A informação foi confirmada por fontes oficiais na última terça-feira, 18 de março de 2025.
Este guia, que está sendo desenvolvido pelo Secretariado Geral da Defesa e da Segurança Nacional (SGDSN), visa preparar os cidadãos para reações adequadas em momentos críticos.
Entre os cenários descritos no manual estão incidentes como vazamentos químicos, inundações e surtos epidêmicos, além do conflito armado.
Contudo, o SGDSN esclarece que o foco não deve ser apenas nas ameaças bélicas, ressaltando que o propósito do manual é mais amplo e não deve causar alarme desnecessário.
“Ameaça russa”
Muitos questionamentos, porém, foram levantados sobre a motivação do Estado para essa iniciativa, especialmente após o discurso do presidente Emmanuel Macron, em 5 de março, onde ele convocou a população a se engajar frente à “ameaça russa”.
O governo francês tem enfatizado a importância de fortalecer suas capacidades defensivas, em consonância com outros países europeus, como a Alemanha, que está prestes a aprovar um plano significativo de investimentos militares.
O manual atualmente aguarda validação pelo gabinete do primeiro-ministro, conforme informado ao jornal francês Le Figaro.
As diretrizes sobre sua distribuição ainda estão em definição. A proposta é parte da estratégia nacional de resiliência, lançada em abril de 2022, com o objetivo de preparar melhor a França e seus cidadãos para enfrentar diversos choques e crises.
“Tempos incertos”
No final de 2024, a Suécia havia distribuído aproximadamente 5 milhões de folhetos amarelos orientando seus cidadãos sobre como se preparar para potenciais conflitos armados.
A abordagem sueca foi clara ao afirmar: “Vivemos tempos incertos”, refletindo um contexto internacional desafiador marcado por terrorismo e ciberataques.
Por outro lado, o governo francês defende que sua iniciativa é parte integrante de um esforço mais amplo.
O plano inclui 63 ações estratégicas com três objetivos principais: preparar o Estado para enfrentar crises, desenvolver mecanismos eficazes para lidar com elas e ajustar a comunicação pública às necessidades da resiliência coletiva.
No aspecto militar, o manual busca orientar os franceses sobre formas de proteção e encorajá-los a se engajar em ações comunitárias, seja através do serviço como bombeiros, reservas militares ou sanitárias, ou mesmo na Segurança Civil.
Fonte: O Antagonista
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