Catedral retorna como símbolo de fé e resiliência cinco anos após incêndio devastador. // Créditos: depositphotos.com / EvrenKalinbacak

Porto Velho, Rondônia - O presidente francês, Emmanuel Macron, participou nesta sexta-feira, 29, da inspeção final na Catedral de Notre-Dame, em Paris, antecipando a reabertura oficial do monumento nos dias 7 e 8 de dezembro.

Reconstruída após o incêndio devastador de 2019, a catedral emerge renovada, graças a um projeto de restauração que mobilizou 700 milhões de euros em doações de 150 países. Durante a visita, transmitida ao vivo, Macron revelou ao mundo o novo esplendor do monumento de 850 anos.

Elementos icônicos, como os vitrais do século XIII e a estátua da Virgem Maria com o Menino Jesus, do século XIV, voltaram a ocupar suas posições históricas. Além disso, a torre gótica, recriada como uma réplica fiel da original, agora simboliza a resiliência francesa diante da adversidade.

Philippe Villeneuve, arquiteto-chefe do projeto, destacou os desafios superados, como atrasos causados pela pandemia. “Nunca perdemos de vista a missão de devolver Notre-Dame à sua glória”, afirmou. Macron também agradeceu aos dois mil profissionais envolvidos no projeto, exaltando sua dedicação. “Este é um marco na nossa história, uma demonstração de talento, perseverança e fé”, declarou.

A catedral reabrirá com uma missa no sábado, 7 de dezembro, e a consagração de um novo altar no domingo, 8. Autoridades estimam que o monumento receba até 15 milhões de visitantes por ano, superando os números anteriores ao incêndio.

Notre-Dame de Paris: fé e cultura

Construída ao longo de quase dois séculos, a partir de 1163, a Catedral de Notre-Dame é um dos maiores exemplos da arquitetura gótica e um marco da identidade cultural francesa. Localizada na Île de la Cité, no rio Sena, sua grandiosa estrutura combina espiritualidade e inovação arquitetônica, elevando o olhar dos fiéis em direção ao divino.

A metáfora da catedral como um navio navegando em águas turbulentas reflete sua função histórica como refúgio espiritual. A nave central, sustentada por arcobotantes que lembram remos, reforça essa analogia, destacando o papel da Igreja como um porto seguro em tempos caóticos.

Ao longo de sua história, Notre-Dame testemunhou eventos marcantes, como coroações reais e revoluções, e inspirou escritores e artistas. Paul Claudel, por exemplo, experimentou uma conversão espiritual enquanto admirava seus vitrais. O edifício também serviu como ferramenta de ensino, com esculturas e pinturas que narram histórias bíblicas e explicam os dogmas da fé cristã.

Em 2019, o incêndio que destruiu parte da catedral provocou uma comoção global, mas também gerou solidariedade e esforços de restauração. Hoje, Notre-Dame se ergue novamente como símbolo de esperança, resiliência e da profunda conexão entre fé e cultura.

A importância do catolicismo na sociedade ocidental

Ao longo dos séculos, o catolicismo moldou a cultura, a política e a arte da sociedade ocidental.

As catedrais góticas, como Notre-Dame, são testemunhos dessa influência, unindo arquitetura, fé e vida comunitária. Mosteiros preservaram o legado clássico e formaram intelectuais, enquanto a liturgia inspirou inovações artísticas e musicais.

Mesmo após a Reforma Protestante, o catolicismo continuou a desempenhar um papel vital na formação cultural e espiritual do Ocidente. Hoje, permanece como um pilar de valores universais, oferecendo perspectivas para os desafios do mundo moderno.

O Anuário Pontifício 2024 revelou um aumento no número de católicos batizados, que passou de 1,376 bilhão em 2021 para 1,390 bilhão em 2022, representando um crescimento de 1% globalmente. A África teve o maior aumento percentual, com um crescimento de 3%, enquanto a Europa manteve-se estável em 286 milhões

Com sua reabertura, Notre-Dame reafirma sua posição como um dos maiores ícones da herança cultural e espiritual da humanidade.

Fonte: O Antagonista