Aneel acinou bandeira mais alta, que encarece tarifas de energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante audiência na Câmara — Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Porto Velho, Rondônia - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira que poderá haver uma revisão na decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de implementar a bandeira vermelha patamar 2 para o mês de setembro.

Questionado, o ministro admitiu que é possível rever a decisão. Segundo Silveira, será possível ainda adiantar recursos da conta bandeira para evitar um encarecimento na conta de luz.

— Isso pode acontecer (a revisão). São problemas técnicos objetivos. E se a gente puder usar o recurso da conta bandeira, nós podemos inclusive adiantar e manter a bandeira verde ou amarela durante algum tempo — disse ele, após a cerimônia de formatura da Escola de Eletricistas da Neoenergia Brasília.

A conta bandeira tem um saldo positivo de R$ 22,3 milhões.

As declarações do ministro vêm após o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informaram ao mercado terem identificado uma “inconsistência” nos dados que foram usados pela Aneel para definir a bandeira vermelha 2, na semana passada.

Segundo os órgãos, isso impactou o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é o custo da energia no mercado à vista. O PLD foi determinante para a Aneel decidir pela bandeira vermelha.

Esses dados foram corrigidos, diz o ONS.

A revisão, porém, não necessariamente muda a bandeira tarifária. Ao acionar a bandeira vermelha 2 — uma cobrança adicional na conta de energia no valor de R$ 7,87 a cada 100 kWh —, a Aneel explicou que a decisão foi “em razão da previsão de chuvas abaixo da média em setembro, resultando em expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas do país (em cerca de 50% abaixo da média)”. O nível mais alto de cobrança extra não era acionado desde agosto de 2021.

O ministro disse que não há necessidade de acionar usinas termelétricas, que podem tornar a conta de luz dos consumidores mais cara.

— Todos os instrumentos para manter a segurança energética têm que estar disponíveis ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Hoje, não há nenhuma necessidade de nenhum despacho que venha a crescer a conta de energia do Brasil — afirmou.


Fonte: O GLOBO