Sede do Banco Central — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Porto Velho, Rondônia - Há um dilema hamletiano no governo: em que momento anunciar o nome do novo presidente do Banco Central.
O ministro Fernando Haddad disse ontem que sugeriu ao presidente Lula que o nome do futuro presidente do Banco Central deveria ser anunciado entre agosto e setembro, após conversar com o atual presidente do banco, Roberto Campos Neto. Neto também já tinha dito anteriormente que seria melhor antecipar a escolha para que todo processo corresse de forma tranquila.
A questão é que anunciar o nome do presidente do Banco Central sem marcação da sabatina no Senado, parte do rito, pode ser desgastante para o indicado. O favorito a ocupar o posto é o atual diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, e o mercado financeiro já conta com isso, acompanhando todas as suas falas sobre manutenção ou possível alta de juros. Como eles dizem, a nomeação de Galípolo está precificada.
E por que o escolhido não seria sabatinado agora? Por causa das eleições municipais de outubro. Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, teria recomendado ao presidente Lula que esperasse o fim do pleito para enviar os nomes a serem indicados.
Em período eleitoral fica realmente mais difícil marcar uma sessão como essa. O Senado também já está às voltas com o processo de sucessão de Pacheco. Por outro lado, há uma engenharia de tempo muito complexa, porque o nome tem que estar aprovado na sabatina para poder assumir no dia 1º de janeiro de 2025. O Banco Central não pode ficar sem presidência ou ser comandado por um interino.
O governo já pensou em anunciar apenas o nome do escolhido ou em bloco com o nome dos outros diretores que também estão no fim dos seus mandatos. Mas ainda não se decidiu.
Há o momento exato, que nem deixe o indicado na chuva sem sabatina por muito tempo, nem deixe para última hora com o risco de deixar o BC acéfalo. Mas o governo ainda não sabe qual é esse momento ideal.
Fonte: O GLOBO
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