Apresentador de TV e deputado estadual Mauro Tramonte se lançou ontem na corrida eleitoral; a esquerda, que tem três postulantes, tenta viabilizar uma chapa única

Porto Velho, Rondônia - Com a decisão do deputado estadual e apresentador Mauro Tramonte (Republicanos) de se licenciar da TV Record para disputar as eleições municipais, a corrida pela prefeitura de Belo Horizonte chega a nove pré-candidatos. O movimento de Tramonte deixa o cenário na capital mineira ainda mais indefinido.

O deputado estadual declarou, em nota, que vai tirar um mês de férias antes de elaborar seu plano de governo. Segundo a legislação eleitoral, candidatos que aparecem com frequência em programas de rádio ou TV precisam pedir licença até o dia 30 de junho.

Além do deputado estadual, outros oito políticos são pré-candidatos, incluindo o prefeito Fuad Noman (PSD), que irá concorrer à reeleição. O gestor municipal tem como principal desafio o desconhecimento de seu nome, por ter assumido a gestão em 2022, quando Alexandre Kalil (PSD) decidiu disputar o governo do estado contra o governador Romeu Zema (Novo) e terminou derrotado.

Fuad só se declarou pré-candidato este ano e gerou, inclusive, uma briga interna em seu partido. Hoje do seu lado, o grupo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chegou a discordar sobre a tentativa de reeleição.

Nos bastidores, o prefeito ainda espera contar com a presença do presidente Lula em seu palanque, mas formalmente a federação PT-PV-PCdoB está com o deputado federal Rogério Correia (PT). Entre essas siglas, o PV possui afinidade com Fuad e acena com um apoio informal. Articuladores apontam a possibilidade das duas pré-candidaturas costurarem uma aliança, o que ambos os lados nega.

A esquerda ainda conta com outras duas pré-candidatas: a deputada federal Duda Salabert (PDT) , uma das duas primeiras mulheres transexuais eleitas ao Congresso Nacional, e a estadual Bella Gonçalves (PSOL), declaradamente lésbica e também atuante na causa LGBTQIA+.

Desde o ano passado, as deputadas e Rogério Correia mantêm diálogo, na tentativa de que apenas um deles se viabilizem como o nome da esquerda.

— Tenho me aproximado do PDT e da federação PT-PV-PCdoB. Temos uma conversa para tentar aglutinar as três candidaturas em uma única. Acredito que teremos uma resposta até o início de junho — diz Bella Gonçalves.

Na direita, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará com o deputado estadual Bruno Engler (PL), que na última eleição ficou em segundo lugar na disputa. O bolsonarista irá disputar o campo da direita com outros nomes como o próprio Tramonte, o senador Carlos Viana (Podemos) e o presidente da Câmara dos Vereadores, Gabriel Azevedo (MDB), adversário de de Fuad e mais próximo ao centro.

Zema em cima do muro

O posicionamento do governador Romeu Zema (Novo) está indefinido. Seu partido apresentou a pré-candidatura da secretária estadual de Planejamento e Gestão Luísa Barreto. Nos bastidores, no entanto, há a expectativa de que Zema apoie Carlos Viana. Em contrapartida, o senador oferece sustentação para a candidatura do vice-governador Mateus Simões (Novo) ao governo do estado em 2026.

O apoio de Zema também é disputado por Engler, mas alguns fatores dificultam a aliança. Em outubro do ano passado, o deputado deixou a vice-liderança do governo na Assembleia Legislativa após ter votado contra a alíquota adicional de 2% em produtos considerados “supérfluos”, considerada prioridade para a gestão estadual. Na Assembleia, os dois possuem um histórico de divergências.


Fonte: O GLOBO