Investigação identificou a negociação de um bebê, ainda no ventre, para um cidadão português; ação teve apoio da Interpol e da Polícia de Portugal

Porto Velho, RO - A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta terça-feira uma operação contra suspeitos tráfico internacional de pessoas. A principal investigada é uma mulher de Curitiba, no Paraná, que teria vendido seu próprio bebê para um cidadão português. A transação ilegal e clandestina foi realizada quando a criança ainda estava no ventre da mãe.

De acordo com a investigação, a mulher curitibana viajou para Portugal poucos dias antes da data do parto e dado à luz a criança no país europeu. Ela retornou ao Brasil posteriormente e deixou a criança em território português.

O bebê deixado em Portugal foi localizado pela polícia ainda na maternidade. Ele agora está sob os cuidados das autoridades e rede de proteção à criança de Portugal.

A suspeita que vive em Curitiba foi alvo de um mandado de busca e apreensão. O outro mandado foi contra uma pessoa residente na cidade de São Paulo. Esta segunda envolvida teria sido responsável por intermediar os procedimentos de adoção clandestina.

"A operação contou com apoio da Interpol e da da Polícia de Portugal, que realizou diversas diligências naquele país", informou a PF.

"Com base nos fatos identificados pela Polícia Federal do Brasil, foi instaurado um novo procedimento investigatório criminal pelas autoridades portuguesas, no qual os suspeitos passaram a ser também investigados pela prática de crimes relacionados ao tráfico internacional de pessoas praticados na Europa", acrescenta o texto.

A PF informou que ainda investiga se há outras pessoas que possam ter participado ou auxiliado na negociação e encaminhamento do bebê brasileiro para Portugal. A corporação também quer saber se houve, anteriormente, outras negociações semelhantes envolvendo crianças brasileiras, "que possam ter sido intermediadas pelo grupo criminoso investigado".

A operação foi batizada de “Mater Avaritia”. Segundo a PF, trata-se de uma referência a atitude de mães que, por ganância, acabam por negociar e vender os próprios filhos.


Fonte: O GLOBO