De acordo com o ministro, que é o relator dos julgamentos relacionados aos ataques na Corte, a ordem dos financiadores dos ataques era convencer o Exército a aderir a um golpe de Estado (Foto reprodução) |
Em entrevista ao jornal O Globo, Moraes explicou que um dos planos envolvia sua prisão pelas Forças Especiais do Exército, que o levariam para Goiânia. Outro plano previa homicídio, com o corpo sendo abandonado no caminho para a capital goiana. O terceiro era mais extremo, com o enforcamento do ministro na Praça dos Três Poderes.
Moraes destacou o nível de agressividade e ódio das pessoas envolvidas nos planos, ressaltando a dificuldade delas em distinguir a pessoa física da instituição. Apesar dos ataques, o ministro afirmou não ter reforçado sua segurança, mas aumentou a vigilância sobre sua família.
Quase um ano após os atos golpistas, o STF já condenou 30 envolvidos, enquanto outras 29 ações penais permanecem em aberto e devem ser concluídas na primeira semana de fevereiro, quando o Tribunal retorna do recesso.
Em entrevista ao Estadão, Moraes destacou a celeridade e eficiência do STF em responder aos ataques contra os Três Poderes. Como relator de 1.345 processos relacionados aos eventos de 8 de janeiro, ele afirmou que a democracia é intocável, e o STF não permitirá impunidade.
Moraes também revelou ao O Globo que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorava seus passos para eventual necessidade de prisão. A PF realizou buscas na sede da Abin em outubro, identificando o uso de um sistema de espionagem para mais de 30 mil rastreamentos, incluindo o ministro.
Ao abordar a ordem dos financiadores dos ataques, Moraes mencionou que eles planejavam uma invasão ao Congresso Nacional até a decretação de uma Garantia de Lei e da Ordem (GLO) por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a GLO, tentariam convencer o Exército a apoiar o movimento antidemocrático.
Questionado sobre as lições do 8 de janeiro, Moraes defendeu a regulação das redes sociais, chamando-as de "terra sem lei", e afirmou que políticos com participação comprovada nos ataques devem ser "alijados" da vida pública. Ele concluiu que quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país.
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