Legisladores revisaram regras para permitir que túmulos vazios ou nos quais ocorreram enterros há mais de 75 anos possam ser reaproveitados
Já não há mais espaço em alguns cemitérios de Londres, mesmo que as cremações sejam populares na Grã-Bretanha — segundo pesquisa da Cremation Society, mais de 70% dos falecidos escolheram ser cremados nos últimos vinte anos. Outras cidades passam pelo mesmo problema.
No Reino Unido, legisladores estão revisando os regulamentos sobre sepultamentos e deram ao Cemitério de Highgate o poder de recuperar sepulturas antigas e não utilizadas, um processo que denominou “renovação de sepultura ”. Sepulturas vazias e sepulturas onde ocorreram enterros há mais de 75 anos podem ser legalmente reaproveitadas.
Essa prática pode ajudar os cemitérios a sobreviver, dizem os especialistas, ao mesmo tempo que desafiam a ideia de “sepultamento para sempre”. Os países europeus adaptaram o arrendamento de terrenos a curto prazo ou a reciclagem de sepulturas para lidar com a aglomeração.
A proposta afetará, no momento, apenas cerca de 500 sepulturas no cemitério. Alguns proprietários de túmulos foram registrados pela última vez na década de 1870. Outros eram simplesmente difíceis de rastrear, e o cemitério espalhou a notícia publicando avisos públicos sobre lotes que seriam reaproveitados. Os proprietários dessas sepulturas terão até julho para se oporem à sua reutilização.
Para sepulturas sem objeções, os restos existentes serão enterrados mais profundamente no mesmo local, e novos sepultamentos serão realizados em cima deles.
A ideia é controversa, como ficou evidente numa visita ao cemitério esta semana. Mesmo em um dia frio, os visitantes percorriam caminhos arborizados para admirar epitáfios de artistas, filósofos e residentes queridos.
Fonte: O GLOBO
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