Porto Velho, Rondônia - Em delação à Polícia Federal (PF), o tenente coronel Mauro Cid revelou detalhes de uma reunião de Jair Bolsonaro (PL) com a cúpula das Forças Armadas onde o ex-presidente buscou apoio dos militares para um golpe de Estado, chegando a apresentar uma minuta que previa a prisão de adversários políticos.
Cid afirmou ainda que o então comandante da Marinha, o
almirante Almir Garnier Santos, teria colocado as tropas à disposição de
Bolsonaro para o golpe. No entanto, o Comando do Exército e o Alto Comando das
Forças Armadas não teriam aderido às ideias golpistas.
Também teriam participado da reunião os ministros militares
do governo, que à época tinha, entre outros, o ex-comandante do Exército,
general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, na Defesa, além de Augusto Heleno
(GSI) e Luis Eduardo Ramos (secretaria-Geral da Presidência).
Na delação, Cid conta ainda que a minuta golpista chegou às
mãos de Bolsonaro por meio do olavista Filipe Martins, então assessor especial
para Assuntos Internacionais da Presidência, que teria levado um advogado e um
padre na reunião para explicar detalhes do documento - o tenente coronel disse
não se lembrar dos nomes dos dois.
A minuta, segundo Cid, sugeria a convocação de novas
eleições e autorizava o governo a prender adversários. A PF investiga se a
minuta é a mesma encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres,
durante operação de busca e apreensão.
Reunião com militares
Com a minuta em mãos, Bolsonaro teria convocado a reunião
com a cúpula das Forças Armadas para testar a receptividade do golpe. Cid diz
ter participado de ambos os encontros.
As informações envolvendo a cúpula das Forças Armadas teria
feito com que Cid firmasse o acordo de delação, conduzido pelo advogado Cezar
Bitencourt.
O depoimento do tenente coronel teria causado grande
preocupação na cúpula militar, que busca a aproximação do governo Lula.
Fonte - Forum
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