Pedro Camilo Garcia Castro foi preso após espancar a namorada em um apartamento alugado em São Paulo — Foto: Matheus Croce/TV Tribuna e Redes sociais

Porto Velho, Rondônia - O Brasil enfrenta uma preocupante onda de violência doméstica, que atinge mulheres de diversas idades, profissões e classes sociais. Um dos casos mais recentes e chocantes ocorreu em São Paulo, envolvendo uma jovem médica agredida com extrema violência pelo namorado, um fisiculturista de porte físico avantajado.

O caso

Na madrugada de 14 de julho de 2025, em um apartamento alugado no bairro de Moema, zona sul da capital paulista, a médica foi agredida a socos por Pedro Camilo Garcia Castro, de 24 anos. A violência foi tamanha que o agressor chegou a fraturar a própria mão durante o ataque.

A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, encontrou a vítima gravemente ferida. Ela foi imediatamente encaminhada a um hospital público, onde permanece internada. A gravidade das lesões exigiu entubação e exames de tomografia, que confirmaram fraturas no nariz, maxilar e no arco zigomático esquerdo, região abaixo do olho.

Prisão e audiência

Após fugir do local do crime, Pedro Camilo se dirigiu ao município de Santos, no litoral paulista. Imagens do Centro de Controle Operacional (CCO) da cidade ajudaram a localizá-lo na Avenida Presidente Wilson, no bairro José Menino. Ele foi preso sem apresentar resistência.

Na audiência de custódia realizada no dia 15 de julho, o juiz Diego De Alencar Salazar Primo, do Foro de Santos, converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, destacando a periculosidade do acusado e o risco à integridade da vítima, caso ele fosse solto. Segundo o magistrado, "o modus operandi denota covardia, descontrole emocional e periculosidade concreta por parte do custodiado".

Motivações alegadas

Em depoimento à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, Pedro afirmou ter cometido a agressão movido por ciúmes, após ver supostas conversas e imagens íntimas da namorada com outro homem. A delegada Deborah Lázaro classificou o motivo como "fútil" e lamentou o ocorrido: “São dois jovens e, por um motivo muito fútil, uma vida foi colocada em risco”.

Provas e exames

Além do prontuário médico da vítima, que confirma as fraturas faciais, a Polícia Civil recebeu laudos médicos e exames de imagem que mostram uma fratura na base do quarto metacarpo da mão direita do agressor, causada durante os socos. O laudo foi corroborado por uma médica ortopedista consultada pelo portal G1, que analisou os exames apresentados.

Situação da vítima

O estado de saúde da médica ainda inspira cuidados. Segundo informações do hospital onde ela está internada, a paciente permanece entubada e segue sendo monitorada pela equipe médica. Por questões de sigilo, a Prefeitura de São Paulo não divulgou detalhes clínicos adicionais.

Este caso reforça a gravidade da violência doméstica no Brasil e a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger as vítimas. A brutalidade com que a agressão foi cometida chocou a opinião pública e levantou debates sobre o papel do Estado na prevenção de crimes dessa natureza. A médica, agora em recuperação, representa mais um triste exemplo da urgência de se combater o feminicídio e a cultura do machismo estrutural.