Rede exibidora decide suspender sessões de ‘The lady of heaven’

Porto Velho, RO - “The lady of heaven”, que conta a história de Fátima, filha do profeta Maomé, tem sido alvo de protestos e ameaças após sua estreia no Reino Unido. Relatos apontam que algumas sessões do filme dirigido por Eli King contaram com protestantes na porta do cinema, ameaçando os funcionários das salas.

A representação do profeta Maomé é considerada um tabu pela tradição islâmica. Por causa disso, o filme fez questão de não colocar um ator específico interpretando a figura sagrada. O Maomé do filme é a síntese do trabalho de vários atores, efeitos especiais e de luz. A “solução” encontrada pela produção, não foi o bastante, para acalmar os ânimos dos protestantes.

Uma petição com mais de 120 mil assinaturas pede a retirada da produção de todos os cinemas do país. O Bolton Council of Mosques, que representa 28 mesquitas e 30 mil muçulmanos residentes no Reino Unido, considerou o filme uma “blasfêmia” e acusou o mesmo de “deturpar narrativas ortodoxas históricas e desrespeitar os indivíduos mais estimados da história islâmica”.

À BBC, o produtor executivo do filme, Malik Shlibak, argumentou que os protestantes se comportam como “bandidos e valentões”.

— Isso não é algo que deve ser tolerado no Reino Unido. Isso é mais do que apenas um único filme. Hoje é “The lady of heaven”, amanhã pode ser algo mais querido para você — argumenta Shlibak, que vem recebendo ameaças de morte por seu trabalho na produção.

A rede exibidora Cineworld optou por retirar o longa de suas salas após duas de suas salas serem alvo de manifestações. “Devido a incidentes recentes relacionados às exibições de ‘The lady of heaven’, tomamos a decisão de cancelar as próximas exibições do filme em todo o país para garantir a segurança de nossa equipe e clientes”, destacou comunicado da rede.

Nem todas as redes de cinema britânicas seguiram o mesmo caminho da Cineworld. A Vue International informou que o filme continuará em cartaz e só deixará as salas seguindo os critérios comerciais de costume.

Fonte: O Globo