Imagem, que foi tirada por orbitador solar da ESA, tem 83 milhões de pixels — melhor resolução até agora

Porto Velho, RO - Imagens capturadas pela espaçonave Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA), mostram o Sol, nossa estrela-mãe, como nunca vista antes. As fotografias foram tiradas no mês de março e divulgadas para download.

As imagens foram tiradas quando o Solar Orbiter estava a uma distância de aproximadamente 75 milhões de quilômetros, a meio caminho entre a Terra e o Sol.

Uma das imagens, tirada pelo Extreme Ultraviolet Imager (EUI), é a imagem de maior resolução do disco completo do Sol e da atmosfera externa, a coroa, já obtida.

Outra imagem, tirada pelo instrumento Spectral Imaging of the Coronal Environment (Spice) representa a primeira imagem completa do Sol desse tipo em 50 anos, e de longe a melhor, tirada no comprimento de onda Lyman-beta da luz ultravioleta emitida por gás hidrogênio, segundo a ESA.

O telescópio de alta resolução do EUI tira fotos com uma resolução tão alta que é necessário um mosaico de 25 imagens individuais para cobrir toda a estrela.

As imagens foram capturadas uma após a outra, e logo, a fotografia completa teve que ser formalizada em um período de mais de quatro horas. Segundo a ESA, cada ladrilho leva cerca de 10 minutos, incluindo o tempo para a espaçonave apontar de um segmento para o outro.

Para se ter ideia, a imagem final contém mais de 83 milhões de pixels em uma grade de 9148 x 9112 pixels — isso significa uma visão dez vezes melhor do que uma tela de TV 4K.
Imagens da ESA

A imagens do Sol tirardas pelo EUI, tem em um comprimento de onda de 17 nanômetros, na região ultravioleta extrema do espectro eletromagnético. Segundo a ESA, Isso revela a atmosfera superior do Sol, a coroa, que tem uma temperatura de cerca de um milhão de graus Celsius.

Nas posições de 2 horas (perto da imagem da Terra para escala) e 8 horas nas bordas do Sol, filamentos escuros podem ser vistos projetando-se para longe da superfície.

De acordo com a agência espacial, essas ‘proeminências’ são propensas a entrar em erupção, lançando enormes quantidades de gás coronal no espaço e criando tempestades de ‘clima espacial’.

Além do EUI, o instrumento Spice também registrava dados durante a travessia — que precisavam ser reunidos como um mosaico.


Cada imagem mostra pontos diferentes da atmosfera do Sol / ESA & NASA/Solar Orbiter/SPICE team; Data processing: G. Pelouze (IAS)

A ESA explicou que à medida que a sonda se afasta de um objeto quente, a temperatura diminui. Contudo, acima do Sol, a coroa atinge um milhão de graus Celsius, enquanto a superfície é apenas cerca de 5000°C. “Investigar esse mistério é um dos principais objetivos científicos do Solar Orbiter”, escreveram.

Na imagem acimma, sequência de imagens do Spice, o roxo corresponde ao gás hidrogênio a uma temperatura de 10.000°C, o azul ao carbono a 32.000°C, o verde ao oxigênio a 320.000°C, o amarelo ao neon a 630.000°C.

Isso permitirá que os físicos solares rastreiem as erupções extraordinariamente poderosas que ocorrem na coroa através das camadas atmosféricas inferiores.


Orbital Solar em torno do Sol / Reprodução / ESA


O Sol visto pelo Solar Orbiter em luz ultravioleta extrema a uma distância de aproximadamente 75 milhões de quilômetros / Equipe da ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI; Processamento de dados: E. Kraaikamp (ROB)

Segundo a ESA, também permitirá que eles estudem uma das observações mais intrigantes sobre o Sol: como a temperatura está subindo através das camadas atmosféricas ascendentes.

Fonte: CNN Brasil