Porto Velho, RO - Em mais um pronunciamento polêmico na Câmara Municipal de Porto Velho, o vereador Everaldo Fogaça (Republicanos) denunciou no plenário que um de seus assessores ou ele próprio, correm risco de vida por conta de ameaças proferidas por um suposto presidente de bairro e sua gangue, no bairro Monte Sinai, localizado na zona sul da capital.

O vereador disse que irá protocolar um expediente às autoridades pedindo garantia de vida e ´salvo-conduto´ para entrar nos bairros da capital, inclusive à Polícia Federal e ao TRE-RO, em virtude da campanha eleitoral que será realizada em 2022. “Estamos num país livre onde qualquer cidadão precisa ter respeitado seu direito de ir e vir”, salientou.

Everaldo Fogaça disse ainda, que, as ameaças aconteceram na semana passada e que o tal líder comunitário, conhecido por ´Alex´, disse que no bairro Monte Sinai ´pode entrar´ apenas o vereador Edmilson Dourado.

“Faço esse alerta ao vereador: não entre nessa de querer impedir qualquer vereador, candidato ou cidadão que queira fazer qualquer trabalho no bairro Monte Sinai”.

Ao finalizar, o vereador disse que ele não foi o primeiro membro do legislativo municipal a sofrer esse tipo de ameaças por parte do tal líder e que, se algo não for feito, “daqui a algum tempo, teremos que pedir favor para o presidente de bairro ou para líder de facção para poder trabalhar nos bairros”.

MAIS AMEAÇAS

Em um pedido de aparte vários vereadores relataram que seus assessores também sofreram ameaças do tipo quando realizavam trabalhos na zona sul da cidade.

Um deles, o vereador Aleks Palitot disse que também já teve um assessor ameaçado e seguido por assessores de outro vereador.

“Não pudemos voltar ao tempo da República velha, onde nós tínhamos o coronelismo e os currais eleitorais. Essa fase já passou. Hoje vivemos num estado democrático de direito e que a todos é reservado o ir e vir”, disse.

Ao finalizar, Palitot ainda questionou: “Será que estamos agora o mesmo ambiente de outros grades centros, tendo que pedir permissão a chefes de facção para entrarmos no bairro ou pedir o apoio da Polícia para realizar nosso trabalho?”.

Já o vereador Márcio Oliveira (MDB) foi mais além e disse que há casos em que vereadores atuam contra os próprios colegas de parlamento nas secretarias.
“Como o vereador Alex Palitot bem disse aqui, nós somos pagos para trabalhar pela cidade.

Tem pessoas de determinadas regiões que não tem acesso a outros vereadores, mas tem acesso a mim. Daí eu corro para resolver o problema, chego com o secretário e o secretário me fala que meus pedidos não podem ser atendidos porque aquela área é de outro vereador”.

Ao se referir sobre o tal líder comunitário, o vereador demonstrou que já o conhece, e o chamou de problemático e que o mesmo já trabalhou na Prefeitura e com outros vereadores, inclusive com o atual prefeito interino, Maurício Carvalho.

“Agente não pode ficar refém desse tipo de pessoas e muito menos de líderes comunitários recebendo ordens de vereadores dessa Casa. Acho isso um absurdo porque aqui ninguém é dono de terreno, bairro nenhum, zona nenhuma. Aqui quando a gente é chamado é para trabalhar”.