Porto Velho, RO - O discurso público tanto de Sergio Moro quanto de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) é que o caso Arthur do Val é página virada e que seguirão juntos nas eleição de 2022. Na prática, porém, a realidade é outra. Integrantes do MBL têm trabalhado, nos bastidores, contra a candidatura do ex-juiz.

O discurso dos antigos aliados do movimento reverberado no meio político é que “a campanha de Moro acabou” e que ele busca uma “saída honrosa” para sair da disputa ao Palácio do Planalto. A versão de membros do MBL é que Moro já procurava um meio de abandonar o pleito, porque sua campanha está desidratada desde antes da crise envolvendo os áudios sexistas de Arthur do Val sobre as ucranianas. A história, no entanto, é rechaçada por Moro e seu auxiliares diretos, que garantem que ele segue firme na corrida eleitoral.

Membros do MBL atuavam especialmente na estratégia da Moro nas redes sociais, mas, desde que as gravações do “Mamãe Falei” vieram à tona, as relações nesse campo também cessaram. A maior mágoa do movimento foi o tom da nota de Moro sobre a gravação de Do Val na qual o deputado disse que as “ucranianas são fáceis porque são jovens”, entre outros absurdos. No comunicado, o ex-juiz afirmou que as falas poderiam “ser configuradas como crime”.

Na campanha de Moro, também há a certeza de que a parceria com o MBL “foi pro vinagre” e que o movimento “está fora do jogo”. Essas palavras foram usadas por membros do núcleo duro do entorno ex-juiz. Moro, porém, resiste em comprar mais essa briga publicamente e seguirá evitando tratar do tema o quanto puder, apesar de sabe que o MBL não está mais entre seus aliados.

Fonte: O Globo