Franquia de Los Angeles tem uma série de jogadores entrando em fim de contrato e dificilmente manterá algumas de suas estrelas

Porto Velho, RO - A temática do Super Bowl LVI era sobre ser a final entre franquias que montaram as suas equipes de maneiras absolutamente distintas. No caso do Los Angeles Rams, que acabou ficando com o título, o futuro foi colocado em risco ao "apostar tudo".

Picks do draft foram trocadas por estrelas, altos salários foram oferecidos a destaques da liga e, no final de tudo, foram coroados. Mas o maior desafio para a próxima temporada será manter a base campeã, algo improvável.

Nesta segunda-feira, os torcedores do Rams acordaram com uma boa notícia: Sean McVay, treinador da equipe, disse que pretende seguir para a próxima temporada e que está comprometido com o futuro do time. De cara, afasta os rumores de que estaria cogitando se afastar da NFL para passar mais tempo com a família.

A má notícia, porém, é que o defensive tackle Aaron Donald, de 30 anos, estaria cogitando se aposentar após a conquista do Super Bowl. Segundo o comentarista Rodney Harrison, da NBC, o astro dos Rams ainda não bateu o martelo sobre a decisão, mas já confidenciou a pessoas próximas a sua vontade.

A perda pode ser ilustrada em números: Donald foi eleito três vezes como o Jogador Defensivo do Ano (2017, 2018 e 2020) e, desde a sua segunda temporada na liga, sempre foi eleito tanto para o Pro Bowl quanto para o primeiro time All-Pro.

Outro problema é a exorbitante quantidade de jogadores que ficarão livres no mercado após o Super Bowl. A lista inclui estrelas como o wide receiver Odell Beckham Jr. e o linebacker Von Miller, que já recebem altos salários e serão disputados a todo custo por outras franquias. Ou seja, os Rams terão que entrar em leilão por eles — isso já com o teto salarial estourado.

Já outros atletas importantes para a composição do elenco também ficarão livres. São eles: Darious Williams, Sony Michel, Austin Corbett, Donte Deacon, Joseph Noteboom, Matt Gay, Troy Reeder, Will Compton. Após o título, também devem cobrar melhores contratos.


— Foto: Steph Chambers / AFP

Entender esse "aposta tudo" feito pelos Rams passa pela ambição de Stan Kroenke, dono do Los Angeles — e do Arsenal. A mais comum estratégia adotada na NFL é construir seu time por meio do draft, o recrutamento de atletas que atuam no futebol americano universitário. Mas a última escolha de primeira rodada da franquia de Los Angeles foi em 2016. Desde então, eles passaram a trocar as suas promessas por estrelas.

Desde a chegada do técnico Sean McVay, em 2017, já foram 21 trocas. Não dá para dizer que a estratégia foi errada, afinal conquistaram o título. Mas neste momento a franquia não tem escolhas de draft até 2024, já atingiu o teto salarial e dificilmente conseguirá sustentar as suas estrelas. Sem poder de barganha e financeiro, é difícil que essa base campeã seja mantida a longo prazo.

Tanto que Buffalo Bills e Kansas City Chiefs já estão sendo cotados como os favoritos a ganhar o Super Bowl LVII na próxima temporada, de acordo com casas de apostas americanas. Os Rams, atuais campeões, estão na terceira colocação.

Curiosamente, a situação é contrária ao Cincinnati Bengals, que foi vice-campeão, mas tem uma base tão jovem e promissora que é difícil pensar que eles não estarão no Super Bowl em breve novamente. Já os Rams tem um futuro nebuloso pela frente.

Fonte: O Globo