Déficit do Governo Central chega a R$ 20,2 bilhões em novembro e supera projeções do mercado

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Déficit do Governo Central chega a R$ 20,2 bilhões em novembro e supera projeções do mercado

Dados fiscais do Governo Central foram divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (29) (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil - Alô Rondônia)

Resultado fiscal divulgado pelo Tesouro Nacional ficou acima das expectativas e reflete queda de receitas e aumento de despesas, especialmente na Previdência.

Porto Velho, Rondônia - O Governo Central registrou déficit primário de R$ 20,2 bilhões em novembro de 2025, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Tesouro Nacional. O resultado, que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, superou as expectativas do mercado e evidencia os desafios fiscais enfrentados ao longo do ano.

CENÁRIO FISCAL EM COMPARAÇÃO COM 2024

No mesmo mês do ano passado, o déficit havia sido menor, totalizando R$ 4,5 bilhões. De acordo com o Tesouro, o desempenho de novembro ficou acima da mediana das projeções da pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, que estimava déficit de R$ 12,7 bilhões.

Enquanto o resultado conjunto do Tesouro Nacional e do Banco Central apresentou superávit de R$ 1,1 bilhão, a Previdência Social (RGPS) foi responsável por um déficit de R$ 21,3 bilhões, puxando o saldo negativo do período.

RECEITAS EM QUEDA E DESPESAS EM ALTA

O Tesouro explicou que o resultado decorre da combinação de uma queda real de 4,8% na receita líquida, equivalente a R$ 8,4 bilhões, e do aumento real de 4% nas despesas totais, que cresceram R$ 7,1 bilhões.

A redução das receitas foi influenciada principalmente pela queda de 52,5% nas receitas não administradas, com retração significativa em dividendos e participações, concessões e outras receitas extraordinárias.

PRESSÃO DAS DESPESAS PREVIDENCIÁRIAS

Do lado das despesas, os principais fatores de aumento foram os gastos discricionários do Poder Executivo, especialmente na área da saúde, e os pagamentos de benefícios previdenciários, impactados pelo crescimento no número de beneficiários e pelos reajustes reais do salário mínimo.

Por outro lado, contribuíram para conter o avanço das despesas a redução de gastos obrigatórios com controle de fluxo, como o Bolsa Família, e a ausência de créditos extraordinários relacionados a calamidades, como ocorreu em 2024.

RESULTADO NO ACUMULADO DO ANO

No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o déficit primário do Governo Central alcançou R$ 83,8 bilhões, acima do registrado no mesmo período de 2024, que foi de R$ 67 bilhões. O Tesouro Nacional e o Banco Central somaram superávit de R$ 244,5 bilhões, enquanto a Previdência acumulou déficit de R$ 328,3 bilhões.

Apesar do resultado negativo, a arrecadação previdenciária líquida foi sustentada pela melhora do mercado de trabalho e pelo aumento dos recolhimentos do Simples Nacional.
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